Um dia antes do desabamento do Edifício Andrea,
quatro colunas já haviam passado por intervenção, segundo depoimento de
Anita Grazielle Rodrigues Barbosa à Polícia Civil. Grazielle é filha da
síndica do condomínio, Maria das Graças Rodrigues, uma das nove vítimas
do colapso do prédio. Na reforma, um pedreiro destruiu o concreto que
reveste a parte metálica nas colunas de sustentação.
Em depoimento, Grazielle informou que constatou a intervenção nas
colunas em 14 de outubro, data de início da obra, por volta de 15h30,
quando ela percebeu que a estrutura já estava com revestimentos
retirados e ferros expostos. Na manhã seguinte (15), o condomínio ruiu,
deixando nove mortos e sete feridos.
A filha revelou que no dia do desabamento chegou a falar a mãe às 8h30
por telefone, ocasião em que a síndica respondeu estar esperando a
chegada do responsável técnico para ser feito o escoramento do prédio.
Contudo, vídeo obtido pelo G1 mostra um funcionário do engenheiro José Andresson Gonzaga dos Santos quebrando uma das colunas do pilotis naquela data.
Três
orçamentos discutidos em assembleia para reformas estruturais no
Edifício Andrea foram apresentados à Polícia Civil por ela. A empresa
Ceará Inspeção ofereceu proposta no valor de R$ 35.412, enquanto a MH
Construções calculou a obra em R$ 25.261. Os condôminos, porém, optaram
pela oferta da Alpha Engenharia, que apresentou a menor oferta (R$
22.200) para recuperação e pintura de 14 pilares e vigas.
Ainda durante o depoimento, Anita Grazielle Rodrigues Barbosa
esclareceu que o pagamento da intervenção foi dividido em quatro vezes
de R$ 4.400. Um extrato da conta do condomínio entregue à polícia
comprova o repasse da primeira parcela à conta da Alpha Engenharia. As
outras três foram pagas com cheques pré-datados a serem compensados no
dia 14 do meses de novembro, dezembro e janeiro de 2020.
G1/CE