Os baixos salários, aliados à falta de conhecimento ou de interesse e,
em muitos casos, ao desemprego, fazem com que a maioria dos cearenses
dependa exclusivamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
para sobreviver após deixar o mercado de trabalho. Pesquisa do Instituto
Opnus revela que 93% dos cearenses não têm outras fontes de renda para
complementar a aposentadoria.
Apenas 1% dos entrevistados disse ter poupança, outros 1%, previdência
privada, 1% possui empresa ou negócio próprio, 1% contribui para
sindicato rural e 2% têm outras fontes de renda. "A gente discute o
quanto essa Previdência é dura. E é verdade. Ela tem muitos componentes
difíceis. O problema é o salário mínimo, é o tamanho da renda do
brasileiro, que é muito baixa. Isso precisa ser sanado", aponta Célio
Fernando, economista e presidente do Associação dos Analistas e
Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) no
Nordeste.
Para o economista, a educação financeira para a Previdência é frágil no
País. "Hoje, as pessoas estão mais preocupadas com o carpe diem
(desfrute o presente). A preocupação é se eu vou ter dinheiro para poder
dar alimento à minha família e dar condições aos meus filhos. Essa é a
situação hoje em geral do Brasil".
Do total de cearenses que não contribuem, 71% são do sexo feminino e 43%
estão na faixa etária de 16 a 24 anos. Ainda entre aqueles que não
pagam, 53% ganha até um salário mínimo e 44% possui escolaridade até o
ensino médio.
Por outro lado, o pagamento da contribuição é mais comum entre homens
(50%), pessoas com idade entre 45 e 59 anos (75%), com ensino superior
completo (71%) e ganhos mensais maiores que cinco salários mínimos
(79%).
Diário do Nordeste



