Pacientes que enfrentam a diabetes no dia a dia e utilizam insulina
analógica ultra-rápida, de ação mais eficaz, denunciam a falta dos
insumos no postos de saúde do Estado há, pelo menos, seis meses. Deixar
de receber a medicação pode ocasionar prejuízos renais, de circulação e
afetar até a visão, como explicam especialistas. Além disso, os custos
com os produtos não são acessíveis para grande parte dos usuários.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)
reconheceu que houve problema na entrega, mas informa que a medicação
começou a faltar apenas em agosto. Em nota, a pasta disse que o processo
para compra da insulina analógica ultra-rápida teve abertura em 12 de
setembro e foi homologado em 31 de outubro. A compra foi liberada no dia
6 de novembro e o fornecedor deve entregar em até 15 dias úteis.
Entretanto, quando questionada, a Sesa não soube informar se o
medicamento já pode ser recebido nos postos.
O médico Fernando Guanabara explica que a insulina pode ser aplicada de
forma manual, mas que com o aparelho (um dos insumos também em falta na
rede pública) a efetividade da medicação é muito mais precisa e pode ser
utilizada para os dois tipos da doença. “Se falta insumo, pode
comprometer esse controle, e isso pode acarretar alguns problemas para o
paciente. O paciente pode ter comprometimento renal, da circulação, da
parte ocular, como glaucoma e catarata”, explica. Fernando também diz
que há maior risco de infartos e de acidente vascular cerebral (AVC) com
a descompensação da substância.
Diário do Nordeste