Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Ceará (Fiocruz/CE) estiveram
na praia de Fortim, Litoral Leste do Ceará, na manhã desta
quarta-feira, 27, recolhendo amostras de peixes e crustáceos. O material
coletado será utilizado para medir os impactos que o petróleo cru tem
gerado no meio ambiente do Estado desde o dia 30 de outubro.
"Serão analisados água, sedimentos e pescados. Para a análise dos
pescados foram escolhidas cinco espécies que são consideradas
representativas e que ocorrem em toda a costa cearense. São três de
peixe, uma de camarão e uma de marisco", explica Margarete Gallo,
farmacêutica da área de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz/CE. As análises
fazem parte de um consórcio entre a Fundação, o Núcleo de Tecnologia
Industrial (Nutec), a Estadual do Ceará (Uece) e o Instituto de Ciências
do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) com intermédio
da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).
Os pescados Serra, Ariacó, Sardinha, Camarão e Sururu serão
monitorados não só em Fortim, mas também nas prais de Icapuí, Aracati,
Cascavel, Fortaleza, Caucaia, Paracuru, Acaraú e Barroquinha. "Esse
monitoramento será feito por seis meses. Água e sedimentos serão
coletados toda semana e os pescados, uma vez por mês", explica
Margarete. Caso duas análises seguidas realizadas em cada ponto resultem
em taxas normais, novas praias poderão ser escolhidas. A expectativa é
de que em seis meses sejam realizados 1.620 ensaios com as coletas.
De três a cinco peixes de mesmo tamanho serão coletados em cada ponto
e, em seguida, partes do meio dos animais serão fracionadas de forma a
somar 500 gramas. Já de sururu serão recolhidos 50 animais de forma a
totalizar 200 gramas de carne. De camarão, serão 500 gramas. A
metodologia corresponde ao preconizado pela Agência de Proteção Animal
dos Estados Unidos.
A pesquisadora estima que os equipamentos e materiais necessários
para a análise custarão R$ 1,2 milhão. O investimento depende da
aprovação da Secretaria de Pesca e da Fundação Cearense de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Assim, os primeiros
resultados devem surgir a partir de fevereiro de 2020.
(O Povo)