2019 tem segundo maior número de focos de incêndio dos últimos sete anos


O ano de 2019 foi marcado pelas altas temperaturas. A consequência direta deste cenário é o elevado número de incêndios. Nos últimos sete anos, só 2016, com 4.316 focos de calor, esteve à frente de 2019, que teve 4.304 registros, segundo dados do Mapa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O período entre setembro a dezembro, quando há queda na umidade do ar, concentrou 91,5% de todas as queimadas do ano passado. Segundo Ana Larissa Ribeiro de Freitas, geógrafa e mestranda em Sensoriamento Remoto do Inpe, o número elevado tem relação direta com a quantidade reduzida de chuvas. "De todos os focos que ocorreram no Ceará, 70% estiveram concentrados em 98 municípios que obtiveram precipitação abaixo da média", pontua a geógrafa.

Porém, os baixos volumes pluviométricos, sobretudo nas regiões dos Inhamuns e Centro-Sul, não respondem, sozinhos, pelo elevado quantitativo de queimadas. A soma de outros fatores, que estão correlacionados com a pouca incidência de chuva, como a baixa umidade e altas temperaturas, criaram um ambiente propício para o surgimento e propagação de incêndios.

Prejuízo

Em 2019, o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), que atua em Unidades de Conservação federais, Assentamentos Rurais federais e territórios indígenas ou quilombolas, atendeu a 20 ocorrências de incêndios no Ceará. Embora o número represente decréscimo em relação ao ano anterior (2018), que somou 27 ocorrências, houve aumento em termos de área atingida. Naquele ano, foram cerca de 500 hectares consumidos pelo fogo, já em 2019, este número saltou para 1.300 hectares - quase o triplo.

A ocorrência que marcou a maior área afetada foi registrada em 17 de outubro, na Serra de Santa Maria, em Quixeramobim. Ao todo, o fogo queimou 514 hectares do território. O segundo maior incêndio ocorreu no dia 7 de setembro, no distrito de Uruquê, no mesmo Município, com uma área de 245,95 hectares. Segundo o PrevFogo, "o regime pluviométrico no segundo semestre do ano, que faz com que a vegetação da Caatinga fique mais seca e vulnerável, as queimadas irregulares e sem autorização e demais fatores físicos como baixa umidade relativa do ar e direção e velocidade dos ventos" são fatores que explicam o aumento destas áreas afetadas.


(Diário do Nordeste)

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