Camilo autoriza plano de ascensão funcional de servidores da Saúde


Em meio às indefinições sobre a possibilidade de reajuste salarial geral para os servidores do Estado, o governador Camilo Santana (PT) deu aval, ontem, para o titular da Secretaria da Saúde (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, colocar em prática o plano de ascensão funcional para o quadro de funcionários da Sesa. A medida deve contemplar, pelo menos, oito mil servidores da pasta e gerar impacto de R$ 32,4 milhões ao Orçamento do Estado deste ano.

Ainda hoje, Dr. Cabeto deve se reunir com representantes da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) para formalizar documento com os benefícios de cada categoria, para apresentar aos sindicatos. O plano contempla todos os servidores, desde médicos a técnicos e auxiliares.

Enquanto isso, a situação sobre a reestruturação das carreiras dos profissionais da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) continua sem definição. O titular da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Flávio Jucá, informou que um projeto está em elaboração e deve ser anunciado em breve pelo governador. Junto com o plano da Sesa, os reajustes devem beneficiar cerca de 38 mil servidores. A pauta da Segurança é uma das mais abordadas pela oposição a Camilo.

Por tratar de reajuste salarial dos servidores da Saúde, o plano de ascensão funcional precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa, já que amplia os gastos com a folha de pessoal. Uma Mensagem de lei com os impactos financeiros e com as diretrizes para a execução deve ser enviada já na próxima segunda-feira (3) para a Casa, no mesmo dia em que os deputados voltam do recesso parlamentar.

O objetivo do titular da Sesa é implementar o plano ainda no primeiro semestre deste ano, com a correção salarial de 2019 para 2020. Em seguida, será iniciada a correção de anos anteriores, até 2011. Esse processo deve ser concluído até o fim de 2022, quando termina o segundo mandato de Camilo Santana.

Com as correções progressivas, o impacto de R$ 32,4 milhões no orçamento do Estado deve aumentar gradualmente, ano após ano, até chegar a R$ 60 milhões em 2022, prazo em que todas as correções salariais da Sesa de anos anteriores terão sido feitas, conforme Dr. Cabeto.
"Nós estamos fazendo isso para corrigir os salários. É como se fosse uma escala do plano de carreira. Faz parte do processo de valorização do trabalho. São direitos trabalhista, que a gente quer ir aos poucos corrigindo", acrescenta o titular da Sesa.

Ainda segundo Cabeto, além da valorização dos funcionários, o plano de ascensão funcional permitirá avaliar os servidores conforme indicadores de desempenho, algo que vem sendo aplicado na contratação de novos gestores de consórcios municipais de saúde pública, responsáveis por administrar Policlínicas e Centro de Especialidades Odontológicas (CEOs).

As medidas fazem parte da Plataforma de Modernização da Saúde, idealizada pelo titular da Sesa, que busca integrar as unidades de saúde no Estado e regionalizar o sistema, fazendo com que todas as regiões ofereçam serviços de alta e baixa complexidades, desafogando, assim, os hospitais da Capital.
A Plataforma de Modernização da área também busca minimizar interferências políticas em unidades de saúde, para garantir a qualidade dos atendimentos e serviços prestados à população. Algumas mudanças têm sido alvo de polêmicas, como as novas regras sobre os consórcios de saúde. Alguns cargos de gestão de Policlínicas e CEOs, que antes eram indicados pelos prefeitos presidentes dos consórcios, agora serão preenchidos por seleção pública.


(Diário do Nordeste)

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