Dois estudantes de medicina e enfermagem foram presos por se passar por
médicos e realizar consultas médicas ilegais no Ceará. Segundo a
Polícia Civil, as prisões ocorreram em Paraipaba e em Sobral, no
interior do estado, na manhã desta sexta-feira (10), após dois meses de
apuração. Os alunos usavam número de CRM (código de profissionais
registrados no Conselho Regional de Medicina) copiados da internet.
As investigações apontam que o grupo atuou como equipe médica em
plantões na Unidade de Pronto Atendimento de Baturité entre 2017 e 2019.
Eles vão responder por peculato, estelionato e falsidade ideológica.
Caso algum paciente tenha morrido ou sofrido sequelas em decorrência de
erro dos falsos médicos, eles também responderam pelo crime.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, que resultaram em duas prisões.
Outros dois suspeitos seguem foragidos. Elas são formadas em medicina
no exterior, mas não têm a revalidação do diploma no Brasil e são
impedidos de exercer a profissão.
Conforme o delegado de Baturité, Joel Morais, a investigação começou
quando um homem foi flagrado tirando plantão em um hospital de Mulungu,
cidade próxima à Baturité, sem poder exercer a profissão. Com a apuração
do caso, os policiais descobriram que o caso se tratava de um esquema
criminoso de exercício ilegal da profissão.
Diretor clínico é procurado
O diretor clínico da Unidade Municipal de Pronto Atendimento de
Baturité foi procurado para ser notificado de uma decisão judicial que o
afasta de suas funções, ficando impedido de ter acesso ao órgão
público. Ele não foi localizado e é procurado para ser informado sobre a
decisão.
Um dos presos é um estudante de enfermagem de 34 anos, detido em
Paraipaba. O segundo é um acadêmico de medicina de 20 anos que estuda em
Fortaleza. Ele foi preso em uma feira no Distrito de Aprazível, em
Sobral.
(Diário do Nordeste)