Feijão e carne foram os principais vilões do orçamento das famílias fortalezenses
no ano passado. O valor de 4,5 quilos do primeiro item subiu 68,82% em
2019, enquanto o segundo teve os mesmos 4,5 quilos acrescidos em 35,6%
no período. As variações foram reveladas pelo Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apontou uma cesta básica 9,14% mais cara para Fortaleza.
"A alta nos preços de oito dos doze produtos da cesta básica fez com
que um trabalhador, para adquirir os produtos, respeitadas as
quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que
desembolsar R$ 433,64", aponta o órgão.
Entre os itens que apresentaram alta nos preços no último ano estiveram:
- Feijão (4,5kg): 68,82%
- Carne (4,5kg): 35,46%
- Banana (7,5 dúzias): 7,23%
- Açúcar (3kg): 5,16%
- Óleo (900ml): 4,12%
- Manteiga (750g): 4,7%
- Pão (6kg): 3,28%
No entanto, um antigo vilão converteu-se em 2019 ao
ter o preço reduzido em 25,41%. Trata-se do tomate, cujo o valor para 12
quilos, no último ano, reverteu a subida do produto em anos anteriores.
Além dele, outros 5 itens baixaram de preço em 2019.
Confira:
- Tomate (12kg): -25,41%
- Farinha (3kg): -14,33%
- Café (300g): -11,54%
- Leite (6l): -3,92%
- Arroz (3,6kg): -1,18%
Com estas variações, o valor da cesta básica é medido em R$ 433,64, o Dieese estima ainda que o gasto com alimentação para uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 1.300,92.
Cesta básica mais cara do Nordeste
Quando comparada às demais capitais pesquisadas pelo Diese, Fortaleza surge com a 11ª cesta básica mais cara do País. Mas, entre as nordestinas, a cidade está no topo da lista.
Veja o ranking:
- Rio de Janeiro: R$ 516,91
- Florianópolis: R$ 511,7
- São Paulo: R$ 506,5
- Porto Alegre: R$ 506,3
- Vitória: R$ 499,23
- Brasília: R$ 473,9
- Curitiba: R$ 458,88
- Goiânia: R$ 454,75
- Campo Grande: R$ 450,08
- Belo Horizonte: R$ 444,91
- Fortaleza: R$ 433,64
- Belém: R$ 414,13
- Recife: R$ 393,8
- Natal: R$ 383,76
- João Pessoa: R$ 373,56
- Salvador: R$ 360,51
- Aracaju: R$ 351,97
Salário necessário
Com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a do Rio de
Janeiro, e levando em consideração a determinação constitucional que
estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as
despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia,
saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou o valor do salário mínimo necessário em R$ 4.342,57.
O valor é 4,35 vezes o mínimo de R$ 998, que é o em curso até o fim
do ano passado. Comparado ao mínimo necessário em dezembro de 2018 (R$
4.021,39), houve um aumento de 7,98% no valor necessário para manter uma família de dois adultos e duas crianças, segundo o Dieese.
(Diário do Nordeste)