Começa a vigorar amanhã (1º de fevereiro) o novo 
valor do salário mínimo. A medida provisória que fixa em R$ 1.045 o 
salário mínimo foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (31). De
 acordo com a MP, o valor diário do salário mínimo ficará em R$ 34,83; e
 o valor por hora, em R$ 4,75. Estimativas divulgadas pelo governo 
apontam que cada R$ 1 a mais no salário mínimo resulta em um aumento de 
R$ 355,5 milhões nas despesas públicas.
Ao todo, o reajuste do salário mínimo de R$ 1.039 para R$ 1.045 terá impacto de R$ 2,13 bilhões para o governo neste ano.
Isso porque o mínimo está atrelado a 80% dos benefícios da 
Previdência Social, além de corrigir o Benefício de Prestação Continuada
 (BPC), o abono salarial e o seguro-desemprego, entre outros.
Além disso, há um impacto de R$ 1,5 bilhão decorrente da elevação do 
valor do salário mínimo em relação ao valor original enviado no 
Orçamento de 2020, de R$ 1.031.
Até o ano passado, a política de reajuste do salário mínimo, aprovada
 em lei, previa uma correção pela inflação mais a variação do Produto 
Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país).
Esse modelo vigorou entre 2011 e 2019. Porém, nem sempre houve 
aumento real nesse período porque o PIB do país, em 2015 e 2016, 
registrou retração, com queda de 7% nos acumulado desses dois anos.
Na semana passada, o secretário especial de Fazenda do Ministério da 
Economia, Waldery Rodrigues, informou que o projeto de lei com a nova 
política de correção do salário mínimo incluirá uma mudança no período 
usado para definir os reajustes.
Segundo ele, em vez do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior fechado, de janeiro a dezembro, o governo pretende usar o índice entre dezembro do ano anterior e novembro do exercício atual para calcular o valor do mínimo para 2021.
Rodrigues acrescentou que a medida tem como objetivo prevenir 
situações como a deste ano, em que o salário mínimo primeiramente foi 
reajustado para R$ 1.039 e depois aumentou para R$ 1.045, porque a alta 
dos preços da carne fez o INPC fechar o ano além do previsto.
O sistema é semelhante ao do teto de gastos, em que o governo usa o 
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho do ano 
anterior a junho do exercício atual para corrigir o limite das despesas 
federais para o ano seguinte. Segundo Rodrigues, a mudança terá pouco 
impacto prático no valor final para o salário mínimo, mas dará mais 
transparência aos reajustes e mais previsibilidade para o governo e para
 os trabalhadores.
 (Diário do Nordeste)
 

 
 
 



 
 
