Pelo menos 14 cearenses adultos podem estar em duas cidades chinesas
onde houve registros de mortes pelo coronavírus. São cinco na capital
Pequim, e outros nove em Xangai, a maior cidade do país asiático. Os
dados foram extraídos de um levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
a pedido da reportagem do Diário do Nordeste, sobre títulos de
eleitores nascidos no Estado do Ceará que transferiram seu domicílio
eleitoral para cidades localizadas no exterior.
Esses números não incluem pessoas sem títulos de eleitor, como
crianças e adolescentes (menores de 16 anos), turistas ou em situação
irregular, uma situação pouco provável. Na China, as políticas de imigração ilegal são rígidas.
Desde 2013, está em vigor uma rigorosa legislação que endureceu o
controle sobre estrangeiros que trabalham ilegalmente no pais, com
medidas para detectar quem entrou por vias ilegais ou superou o tempo
permitido em seus vistos, resultando em deportações.
O TSE é o único caminho para obter os dados de cearenses no exterior.
Autoridades locais, tanto no Governo do Estado do Ceará como na
Prefeitura de Fortaleza, não possuem esse tipo de levantamento e evitam
fazer estimativas.
O cidadão brasileiro residente no exterior tem a opção de alterar seu
domicílio eleitoral para o exterior (Zona ZZ). A votação fora do
território nacional é organizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do
Distrito Federal, com o apoio dos consulados ou das missões diplomáticas
em cada país. Atualmente 394.243 eleitores residentes no exterior estão inscritos na zona do exterior e estão aptos a votar.
Por enquanto, a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará não se pronunciou oficialmente sobre
o coronavírus. A epidemia do novo coronavírus que apareceu na China, o
2019-nCoV, afetará no mínimo milhares de pessoas e vai durar pelo menos
vários meses, segundo especialistas em epidemiologia, com base nos
primeiros dados disponíveis.
Hoje, o Ministério da Saúde confirmou um caso suspeito em Minas Gerais,
o primeiro do País. A paciente é uma estudante de 22 anos que
viajou para a cidade chinesa de Wuhan, onde surgiu o novo vírus, e
retornou ao Brasil no dia 24 de janeiro. As 14 pessoas que tiveram
contato com o estudante estão sob monitoramento.
(Diário do Nordeste)