A menor área plantada e a consequente baixa na produção do feijão no
Ceará são os principais fatores que explicam a alta de 68,82% no preço
do produto em 2019 registrada pelo Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o
analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão, a alta demanda no fim de ano
também contribuiu para o aumento.
Girão explica que a partir de outubro e novembro o preço do feijão
passou a ficar mais “elástico”. “Esse ano, tivemos uma menor área de
plantio e, consequentemente, menor produção, gerando uma menor oferta”,
afirma.
Ele detalha que, no caso do feijão de corda – um dos mais consumidos no
Estado –, a produção se dá nos ciclos de chuva ou de forma irrigada, em
menor escala. "Como o ciclo de chuva não acontece no fim do ano, fica-se
esperando o próximo ciclo. Só devemos ter nova safra do feijão de corda
em março ou abril", ressalta o analista de mercado.
A situação é semelhante para o feijão carioquinha, também sempre
presente na mesa do cearense e que vem das regiões Norte e Centro-Oeste.
"Também com uma menor produção e o aumento sazonal do consumo geral no
fim do ano, tinha-se uma alta demanda para uma baixa oferta", pontua
Girão.
Ele acrescenta que, por outros tipos de feijão – como o preto e branco –
não serem consumidos no dia a dia, o preço dos outros dois mais
consumidos acaba tendo um impacto significativo.