Com chuvas, preço do tomate deverá se manter em patamar elevado


Elemento que vem pesando no bolso do cearense nos últimos meses, segundo estudos divulgados sobre o valor da cesta básica, o tomate deve continuar a ser negociado em um patamar mais alto durante o primeiro semestre de 2020. A previsão, corroborada pelos analistas da Central Estadual de Abastecimento (Ceasa) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta o quadro chuvoso e a alta demanda pelo produto no Ceará como os principais fatores para a flutuação. A oscilação de preço, se ficar estável, deve deixar valor do fruto perto do patamar atual, com o valor de revenda do quilo registrado acima dos R$ 9.

Durante pesquisa direta, realizada pelo Sistema Verdes Mares ontem (10), o quilo do tomate foi encontrado em supermercados em Fortaleza por até R$ 10,40. A reportagem ainda encontrou locais vendendo quilo do fruto por R$ 10,29 e R$ 9,59, perto do patamar mais elevado. Porém, um supermercado na Capital ainda vendia o produto por R$ 3,98, abaixo até do valor de revenda apontado pela Ceasa.

De acordo com o Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa, a alta demanda pelo tomate no Estado em um momento ruim para os produtores tem impactado a colheita e, por consequência, a oferta do produto no mercado cearense. Girão explica que o fruto depende de um controle preciso da quantidade de água para chegar a um ponto ótimo de venda, podendo ser impactado tanto pela ausência, como pelo excesso de água.

No começo deste ano, com um forte registro de pluviosidade na quadra chuvosa, a principal região produtora de tomate no Ceará, na Ibiapaba, teve a produção reduzida. Além disso, a grande quantidade de água tem forçado os agricultores a serem mais criteriosos na colheita, já que a qualidade dos produtos foi prejudicada, fazendo com alguns frutos apodrecessem.

"O tomate disparou de preço porque a nossa principal região produtora, a Ibiapaba, registrou uma queda de produção pelo nível das chuvas, que tem forçado os produtores a colher logo para não deixar apodrecer", disse Girão. "O preço começou a alterar na semana passada, chegando a nível bastante elástico nos últimos dias", completou.


(Diário do Nordeste)


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