Após identificar risco de desabamento em 21
casas, a Defesa Civil de Fortaleza interditou os imóveis e retirou as
famílias para abrigos na madrugada desta sexta-feira (31) no bairro
Moura Brasil. Conforme relatos dos próprios moradores, as fissuras nas
paredes e no piso das residências apareceram desde o início das obras de
construção da Linha Leste do Metrô de Fortaleza e a chuva desta sexta
na capital agravou a situação.
A chuva na capital nesta sexta-feira deixou ruas e avenidas alagadas, abriu cratera na avenida Raul Barbosa e atingiu o terminal do Aeroporto de Fortaleza. Mais de 100 municípios cearenses tiveram precipitação nas últimas 24 horas.
Alexandre Alves foi acordado às 4 horas por agentes da Defesa Civil
para que desocupasse o imóvel junto com a família. "Bateram na minha
porta, chamaram eu e minha tia pedindo para a gente sair. Elas foram
para casa de parentes e eu estou aqui tentando tirar algumas coisas",
explicou.
A reportagem visitou algumas casas no início da tarde desta
sexta-feira e identificou muitas rachaduras tanto nas paredes como no
piso e nas calçadas. Em muitos dos imóveis, a fissura vai do piso ao
teto, dividindo a parede ao meio.
O garçom Henrique Costa disse que um barulho assustou os moradores da
comunidade na madrugada e logo em seguida um alarmou soou. "Algumas
pessoas afirmaram que houve uma espécie de estrondo e as casas racharam.
A própria Defesa Civil veio e desocupou as casas colocando os
documentos de interdição nas portas. Tudo isso começou desde as obras do
Metrofor", relata.
A Defesa Civil de Fortaleza confirmou a interdição e a retirada das
famílias. Das 21, 19 foram para pousadas no Centro e duas para casas de
parentes ou amigos.
A Secretaria da Infraestrutura do Ceará informou que desde o início
da obra da Linha Leste, o consórcio responsável pela execução dos
trabalhos realiza o monitoramento do trecho no entorno do canteiro,
diariamente, através de sensores que acompanham a estabilidade do
terreno e que ao identificar a necessidade de intervenção em parte dos
imóveis, para segurança dos moradores, acionou a Defesa Civil. Ainda de
acordo com a Seinfra, as famílias removidas foram levadas para hotéis,
pousadas ou casas de parentes e estão recebendo a devida assistência.
Os técnicos do consórcio e da Seinfra estão analisando as condições
dos imóveis para que os reparos necessários sejam feitos e as famílias
possam voltar para casa, o mais rápido possível, com segurança. Todos os
outros imóveis da rua foram vistoriados e não apresentam riscos aos
moradores, continuando sendo monitorados.
(Diário do Nordeste)



