O diretor do hospital Wuchang, na cidade chinesa de Wuhan, centro do
novo coronavírus, morreu hoje (18) de uma pneumonia resultante do
Covid-19, informou o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista
Chinês.
Liu Zhiming, neurocirurgião de 50 anos, é o primeiro diretor de um hospital a sucumbir à doença, informou o jornal.
O hospital administrado por Liu é um dos centros médicos especificamente
designados para o atendimento de pacientes de Covid-19, na capital da
província de Hubei, que foi colocada sob quarentena, em 23 de janeiro,
com entradas e saída interditas.
Cerca de dois mil profissionais de saúde chineses foram infectados pelo
novo coronavírus, e vários morreram, incluindo o médico Li Wenliang, que
tentou alertar os colegas para um possível surto, mas que foi
repreendido pelas autoridades chinesas por "espalhar boatos".
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei,
no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange
cerca de 60 milhões de pessoas.
Número de mortos e novos casos
O número de mortos devido ao novo coronavírus (Covid-19) na China
continental subiu hoje para 1.873, ao mesmo tempo em que foram
registrados 1.886 novos casos de infeção, na primeira vez, desde o
início do surto, em que o país registra menos de 2 mil casos detectados
por dia.
A Comissão de Saúde da China indicou que entre as 98 mortes ocorridas no
país, 93 foram registadas na província de Hubei, centro do surto e onde
várias cidades foram colocadas sob quarentena, com entradas e saídas
interditas, uma medida que afeta quase 60 milhões de pessoas.
Entre os 1.873 novos pacientes, 1.807 são também reportados por Hubei, onde a epidemia foi detetada no final de 2019.
Até à meia-noite (13h de segunda-feira em Brasília), um total de 11.741
casos graves foram detetados no país, enquanto 12.552 pacientes
superaram a doença e receberam alta.
As autoridades acrescentaram que 560.901 pessoas foram acompanhadas por
terem tido contacto próximo com infetados, entre os quais 141.552 ainda
estão sob observação e 6.242 são casos suspeitos de terem contraído o
novo coronavírus.
Além dos 1.873 mortos na China continental, houve também um óbito na
região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um na França
e um em Taiwan.
Embora cerca de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a
China registra cerca de 99% do total global de infectados.
Diamond Princess
O ministro da Saúde do Japão anunciou que o desembarque de alguns
passageiros que ainda estão a bordo do Diamond Princess começa amanhã
(19). O navio de cruzeiro que está atracado no porto de Yokohama foi
colocado em quarentena.
“Todos querem ir para casa. Gostaria de criar uma situação em que possam
ir para casa sem problemas”, afirmou Katsunobu Kato que acrescentou que
o desembarque vai se prolongar por vários dias.
Segundo as autoridades japonesas, os passageiros que revelarem resultado
negativo para o vírus e que não tenham mantido contato próximo com
doentes infetados vão ser autorizados a desembarcar.
O Ministério da Saúde japonês já começou a realizar testes nos passageiros.
O maior número de infectados, fora da China continental, está a bordo do
cruzeiro Diamond Princess. São 456 pessoas infectadas pelo Covid-19.
Navio no Camboja
Centenas de passageiros de um navio de cruzeiro autorizado a atracar na
quinta-feira (13) no Camboja foram ontem submetidos a um rastreamento,
depois que um dos viajantes foi diagnosticado com o coronavírus
Covid-19.
O MS Westerdam, navio de cruzeiro da companhia de navegação
norte-americana Holland America Line, atracou na quinta-feira no Porto
de Sihanoukville, no sul do Camboja, depois de a Tailândia, Japão,
Taiwan, Filipinas e Guam negarem o desembarque diante do risco de algum
viajante ser portador do vírus.
Dos 1.455 passageiros, mais de 1,2 mil desembarcaram do navio nos dias
seguintes, depois de alguns terem sido submetidos a um exame médico
rápido.
No sábado (15), um passageiro norte-americano, de 83 anos, que viajou
para a Malásia foi diagnosticado com o novo coronavírus em Kuala Lumpur.
Diante da confirmação do caso, a Holland America informou que trabalha
"em estreita coordenação" com os vários governos, a Organização Mundial
de Saúde e os centros de triagem nos Estados Unidos "para investigar e
rastrear as pessoas que possam ter estado em contacto" com o turista
infectado.
Por sua vez, o Ministério da Saúde do Camboja disse que "procura
ativamente qualquer caso suspeito", exortando a população "a não se
preocupar", enquanto alguns dos passageiros do navio se encontram em
Sihanoukville.
Ainda permanecem no navio 233 passageiros e 747 tripulantes.
"Vamos recolher amostras de todas essas pessoas para que sejam
testadas", explicou uma autoridade local à agência de notícias
France-Presse, acrescentando que permanecerão no navio até receberem os
resultados.
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