O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) abriu consulta pública para avaliar uma proposta de norma para regulamentação da publicidade direcionada ao público infantil. A sondagem ficará aberta até o dia 27 de fevereiro, no site do órgão. Para algumas organizações da sociedade civil, contudo, a prática é ilegal e a iniciativa pode abrir espaço para a sua permissão.
Segundo a proposta do MJSP, o anúncio seria permitido desde que
preservasse “o direito ao desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social da criança, em condições de liberdade e de
dignidade” e não dirigisse “diretamente apelo imperativo de consumo”.
O texto veta outras práticas, como provocar discriminação, colocar
crianças em situações incompatível com sua condição de
“hipervulnerabilidade”, empregar crianças como modelos para vocalizar
sugestão de consumo, utilizar formato jornalístico, afirmar
características específicas encontradas em todos os produtos e exibir
situações geradoras de pressão ou medo.
Também é proibida a prática de merchandising voltada a crianças,
obrigando que os anúncios sejam veiculados apenas durante os intervalos
comerciais, e não dentro dos conteúdos. Esse tipo de publicidade ficaria
permitida apenas direcionada a adultos.
Já peças de promoção de refrigerantes não poderão utilizar modelos
“muito acima ou abaixo do peso normal”. Crianças não poderiam participar
como atores ou figurantes em anúncios de bebidas alcoólicas. Já
mensagens publicitárias de remédios não poderiam induzir ao consumo pelo
público infantil.
A proposta estabelece um conjunto de diretrizes para os anúncios
destinados ao público infantil, como contribuir para relações familiares
positivas, respeitar dignidade e inexperiência, respeitar as
características do público-alvo e evitar mensagens que promovam um
comportamento “incompatível com a convivência civilizada em sociedade”.
O POVO



