O subprocurador regional da República Nívio de Freitas Silva Filho fez um apelo ao procurador-geral, Augusto Aras,
na última sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério
Público Federal em 2019: seus vencimentos não estão chegando ao fim do
mês. Em novembro, quando o encontro foi realizado, o contracheque de
Nívio apontava que ele tinha recebido, bruto, R$ 42 mil.
“Está nos afligindo, está muito difícil, os vencimentos já não chegam
ao fim do mês. É uma situação aflitiva”, queixou-se Nívio a Aras.
“Confesso que estou ficando muito preocupado se tenho condições de me
manter no exercício da minha função.”
A reclamação foi feita após o discurso de Aras para a abertura dos
trabalhos do Conselho. Nívio de Freitas Silva Filho, que é conselheiro,
aproveitou a deixa para questionar a regulamentação do auxílio-moradia. A
proposta seria assinada por Aras no mês seguinte, concedendo o
benefício de R$ 4 mil aos membros do Ministério Público Federal. A
benesse havia sido cassada em 2018.
Segundo Nívio, o auxílio-moradia é uma ‘questão de acréscimo, de
recomposição, de auxiliar nos custos, porque é excessivamente oneroso o
exercício da função’.
O subprocurador alegou que, além de manter a casa em que seus
familiares residem, precisa custear outra, em Brasília. “Está nos
angustiando esta situação”, afirmou.
Nívio Silva Filho se candidatou à lista tríplice da Associação
Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para o cargo de
procurador-geral mas não ficou entre os três mais votados. A escolha dos
procuradores, no entanto, foi ignorada por Bolsonaro, que conduziu Aras
ao cargo mais alto da Procuradoria. Aras nem estava na lista.
As
informações são do Estadão -
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado