A crise econômica global provocada pela pandemia de coronavírus fez o
governo brasileiro reduzir para 0,02% a previsão de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) em
2020. A nova estimativa foi divulgada há pouco pela Secretaria Especial
de Fazenda do Ministério da Economia, que apresentou o Relatório
Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a
execução do Orçamento.
Na semana passada, a própria equipe econômica havia revisado, para
baixo, a estimativa de crescimento, de 2,4% para 2,1%. Na ocasião, a
Secretaria de Política Econômica, vinculada à Secretaria Especial de
Fazenda, anunciou que o coronavírus teria impacto de até 0,5 ponto
percentual no PIB. As novas projeções apontam que o efeito foi bem maior
e que a pandemia praticamente eliminará todo o crescimento econômico
originalmente previsto.
O governo também reduziu, de 3,12% para 3,05%, a previsão de inflação
oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA). Por causa da queda de demanda global e da guerra comercial entre
Arábia Saudita e Rússia em torno do preço internacional do petróleo, a
equipe econômica diminuiu, de US$ 52,70 para US$ 41,87, a cotação média
do barril do tipo Brent, o que reduzirá o pagamento de royalties à
União.
Em relação ao câmbio, o relatório aumentou, de R$ 4,20 para R$ 4,35, a
previsão oficial do valor do dólar no fim do ano. Hoje, o dólar
comercial está sendo vendido a R$ 4,99. A queda na atividade econômica e
a redução dos juros pelos principais Bancos Centrais do mundo fizeram o
Ministério da Economia diminuir, de 4,15% para 3,65% ao ano, a previsão
da taxa Selic (juros básicos da economia) no fim de 2020.
G1