Mãe e filha são impedidas de voltar para o Brasil e devem ficar de quarentena no Peru

No último domingo (15), o governo peruano decidiu por fechar as fronteiras do país para conter a disseminação do coronavírus. Em um hotel em Cusco, as cearenses permanecem confinadas até o dia 31 de março
Fabíola e Lia conseguiram chegar até a cidade de Cusco, mas não conseguiram voo para o Brasil. As duas tiveram que desembolsar mais dinheiro para pagar 13 diárias extras de um hotel. Arquivo Pessoal
Há mais de um ano, a viagem das cearenses Fabíola e Lia Coelho, mãe e fiha, estava marcada para o Peru, entre 7 e 19 de março, mas o roteiro sofreu uma alteração após a chegada ao país por efeito da pandemia de coronavírus (Covid-19) no mundo. No último domingo (15), o governo peruano decidiu fechar as fronteiras para conter a disseminação da doença. À meia-noite desta segunda-feira (16), a quarentena teve início e deve durar quinze dias. Em um hotel em Cusco, elas permanecem confinadas até o dia 31 de março sem poder retornar para o Brasil.
No início da viagem, a situação estava controlada no país, conforme a administradora Fabíola. Os passeios continuavam a ser estimulados pelos agentes de viagens. Mas já sabendo do coronavírus e com as cidades do Peru lotadas de turistas, mãe e filha optaram pelo uso de medidas de prevenção, como máscaras e álcool gel.
No dia 15 de março, nas véspera da viagem de Aguas Calientes para Machu Picchu, a situação no País se agravou, com 86 casos confirmados para Covid-19. "Estávamos prontas para pegar o ônibus, quando avisaram que as fronteiras ia fechar. Quem quisesse sair do Peru, tinha até às 23 horas. Foi uma loucura para conseguir retorno para Cusco, uma desinformação completa. Eles estavam dando prioridade aos peruanos", conta.
Fabíola e Lia conseguiram chegar até a cidade de Cusco, mas não conseguiram voo para o Brasil. As duas tiveram que desembolsar mais dinheiro para pagar 13 diárias extras de um hotel. "Tivemos que negociar o valor, negociei um preço com direito ao café da manhã. Mas todas as outras refeições teremos que pagar", lembra.
Desde então, as duas estão confinadas no hotel, as saídas são mínimas, todas as refeições são realizadas no quarto. O Cusco está uma “cidade fantasma” de acordo com elas. “Estamos  tentando encarar com paciência e resiliência. Planejando leituras, yoga e outros exercícios para a quarentena. "Estamos de alguma forma tentando trabalhar o psicológico e o emocional. Tentando acalmar a família. Estamos seguras e com saúde", relata Fabíola.
Além disso, Fabíola e Lia permanecem tentando alterar a data das passagens para o dia 31 de março, quando deve encerrar a quarentena. Elas também tentaram contato com as representações do Brasil no Peru, mas não obtiveram respostas.
Brasileiros
Cerca de 50 brasileiros ficaram presos no Aeroporto Internacional Alejandro Velasco Astete, na cidade de Cusco, no Peru. Com o objetivo de evitar a propagação do novo coronavírus,  o governo do país decidiu fechar as fronteiras neste domingo (15).
De acordo com Fabíola, alguns brasileiros não estão conseguindo pagar diárias extras nos hotéis mais caros. As opções mais econômicas fecharam durante o período.  "Eles estão sem condições, os guias estão recebendo eles em casa, mas fica difícil pela questão da comida", relata.
Diário do Nordeste

Postagens mais visitadas