As volumosas precipitações caídas no Estado nos primeiros meses deste
ano garantiram recarga hídrica para diversos açudes cearenses. O número
de reservatórios sangrando nos primeiros 70 dias do ano é o terceiro
maior deste século - em comparação a igual período de cada ano anterior.
Até esta quarta-feira (11) eram 20 açudes sangrando. Este índice fica
atrás, apenas, de 2004 (84) e 2011 (23). Um dos reservatórios nesta
situação é o Colina, localizado no município de Quiterianópolis, que
chegou a 105,99% da capacidade. A última vez que o açude havia excedido o
limite foi no dia 1º de abril de 2018.
As açudes que estão acima de 100% de sua capacidade são:
- Gameleira (102,1%);
- Tucunduba (101,38%);
- Quandu (101,26%);
- Itapebussu (109,59%);
- Itaúna (100,87%);
- Jenipapo (100,08%);
- São Vicente (100,12%);
- Acaraú Mirim (103,64%);
- Tijuquinha (100,27%);
- Acarape do Meio (100,99%);
- Germinal (100,55%);
- São Pedro Timbaúba (100,43%);
- Várzea da Volta (102,64%);
- Colina (104,25%);
- Sobral (100,52%),
- Caldeirões (100%),
- Barragem do Batalhão (106,69%);
- Gongorra (101,2%);
- Gomes (100,78%);
- Diamantino II (106.02%).
Açude Colina
Construído em 1988, o açude Colina, localizado no município de
Quiterianópolis, passou anos com volume morto, mas voltou a ter recarga a
partir de 2016.
O local é abastecido pelo Colina e, diante do bom volume acumulado
(3,44 milhões de m³), a expectativa é que essa água atenda a necessidade
pelos próximos anos. “A barragem abastece 21 mil pessoas. Acredito que
ela aguenta pelo menos uns dois anos de secas”, projeta, animado, o
agricultor familiar e secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
do Município, João Silva.
Recarga
O quantitativo de açudes acima dos 90% também alcança a terceira melhor
marca desde 2001. Este ano, até 11 de março, seis reservatórios
apresentavam essa capacidade.
Na mesma data de 2011, eram apenas oito. Em igual período de 2004, eram
16 reservatórios acima dos 90%. Os dados são da Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh), órgão responsável pelo monitoramento de 155
açudes do Ceará.
Ainda segundo a Cogerh, o Ceará acumula 17,07% da capacidade de todos
os açudes das 12 bacias hídricas do Estado. O valor representa o melhor
índice observado nos últimos cinco anos. Apenas em 2015 o Ceará superou
este número, quando constava, em 11 de março daquele ano, acumulo de
17.66%.
Água subterrânea
O presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, avalia a necessidade de
aporte para algumas bacias. “O Sertão de Crateús já vinha com
dificuldades com as chuvas dos últimos oito anos. As cinco sub-bacias do
Jaguaribe estão com precipitações abaixo da média nos últimos cinco”,
avalia.
“Mesmo com essas dificuldades, o Estado conseguiu abastecer os
municípios por meio de um amplo programa de perfuração e aproveitamento
de água subterrânea para as regiões com maiores dificuldades hídricas”,
ressalta João Lúcio.
(G1/CE)