Ao menos 5 presídios do Estado de São Paulo registraram rebeliões e
fugas nesta segunda-feira (16) logo depois de decisão da CGJ
(Corregedoria Geral da Justiça) de suspender a saída temporária de
detentos por conta do avanço da epidemia do novo coronavírus. Também foi
uma reação à suspensão das visitas aos detentos.
No Centro de Progressão Penitenciária Dr. Rubens Aleixo Sendin, em
Mongaguá, no litoral sul de São Paulo, centenas de detentos fugiram. Um
vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que grande
quantidade de presos corre pelas ruas.
As autoridades também contabilizam outros pontos de motim: no CPP
(Centro de Progressão Penitenciária) de Porto Feliz, CPP de Tremembé,
Anexo de Mirandópolis e CR (Centro de Ressocialização) de Sumaré. Todas
do regime semiaberto.
Foram feitos reféns durante os motins nas penitenciárias de Sumaré,
Mongaguá e Tremembé – nesses 2 últimos, houve também fuga em massa.
A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) não especifica o
número de fugitivos. Afirma que as unidades de regime semiaberto, por
determinação da legislação brasileira, não possuem vigilância armada.
O controle dos presídios está sendo retomado, segundo as autoridades
paulistas. Por enquanto, seguem com problemas mais graves 4 unidades –o
Estado de São Paulo tem 176 prisões.
Em entrevista concedida ao canal CNN Brasil nesta segunda-feira, o
governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comentou o motim realizado
pelos detentos. Ressaltou a preocupação da Justiça de que os reeducandos
pudessem trazer a infecção para dentro da unidade depois de retornarem
das saídas temporárias.
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) informou que “nesse momento
de intensas medidas adotadas pelos Poderes constituídos, que restringem
aglomerações de pessoas para se evitar a disseminação da doença, o Poder
Judiciário considerou a necessidade de alteração da data porque, se
agora fosse realizada, depois de cumprida a saída temporária, ao
retornarem ao sistema prisional os detentos seriam potenciais
transmissores do coronavírus aos demais encarcerados”.
Poder 360