A falta de álcool gel no mercado tem levado
muitas pessoas, no desespero de conseguir o produto, a comprá-lo sem os
devidos cuidados quanto à procedência. Caseiro, falsificado ou
legalizado, o produto pode representar um risco alto de queimaduras.
O alerta foi feito pelo gerente de fiscalização do Conselho Regional de
de São Paulo, Wagner Contrera, que é também conselheiro suplente do
Conselho Federal de Química.
Depois de passar o produto nas mãos é preciso ter cuidado ao acender um cigarro ou o fogão da cozinha.
Contrera disse já ter recebido relatos sobre
o uso exagerado do produto. “Neste momento de tensão, em que todos
estão com medo da covid-19, muitas pessoas cometem excessos. Usam
máscaras até quando dirigem sozinhas no carro. No caso do álcool gel, as
pessoas usam em grande quantidade e a todo momento. Aí esquecem e vão
acender um cigarro ou mesmo o fogão, para preparar as refeições. É um
verdadeiro perigo”, disse o gerente do conselho de química.
Segundo o químico, entidades ligadas a
tratamentos de queimaduras relatam casos de pessoas que se queimam ao se
aproximar de fontes de calor logo após passar álcool gel nas mãos. “O
gel também é inflamável e, conforme mostram as embalagens, não pode ser
deixado ao alcance de crianças nem de animais domésticos."
“Se o produto industrializado já é perigoso, o que dizer do falsificado?”, alertou o gerente.
No caso do álcool em gel falsificado – ou
mesmo dos caseiros, que seguem receitas disponibilizadas na internet –
os riscos são ainda maiores, colocando em perigo não só a vida do
consumidor como a do fabricante e a do vendedor
“Mesmo que a pessoa tenha a receita, há que
se considerar vários outros fatores, inclusive
a matéria-prima utilizada. Se elas não são fáceis de ser compradas
por empresas legalizadas, imagina por leigos. Isso de misturar álcool
líquido com gelatina ou gel para cabelo é tudo conversa fiada de pessoas
que, infelizmente, se acham geniais por inventar isso em cinco minutos
de reflexão. A manipulação por pessoas não preparadas é de extremo
perigo”, disse à Agência Brasil.
(Agência Brasil)