Num cenário ainda incerto, um dos
desenhos no Palácio do Planalto é de que haja a cisão de Justiça e Segurança
Pública, desejo antigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
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Ministro Jorge Oliveira. Agência
Brasil
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Com a saídado ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) do governo, o
chefe da Secretaria-Geral, Jorge
Oliveira, passou a ser um dos mais cotados para substituí-lo.
Num cenário ainda incerto, um dos
desenhos no Palácio do Planalto é de que haja a cisão de Justiça e Segurança
Pública, desejo antigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Se isso se confirmar, a
probabilidade maior é que Jorge assuma Segurança Pública por ser policial
militar da reserva do Distrito Federal. Há, contudo, uma possibilidade e que
ele vá para Justiça, mas considerada menor.
Já para a Justiça, o nome mais
forte é o do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson
França, que tem se aproximado de Bolsonaro. Lateralmente, há uma possibilidade
de o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) ser escolhido.
Fraga, que é amigo pessoal do
presidente, poderia ainda ser indicado para a Secretaria-Geral, no lugar de
Jorge. Com isso, o governo ganha um político no Planalto para auxiliar na
articulação com o Congresso. Hoje, há apenas militares nas quatro pastas que
ficam no prédio da Presidência.
Essas mudanças foram tratadas
pelo presidente com o governo do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que
esteve no Planalto na última quarta-feira (22).
Foi por esse motivo que Rocha
evitou assinar documento dos governadores contra Bolsonaro esta semana e
mostrou-se alinhado ao governo, inclusive participando de entrevista coletiva
diária que normalmente é feita apenas por ministros.
No Planalto, militares e nomes
como André Mendonça, advogado-geral da União, tentaram impedir que o ministro
deixasse o governo, mas o esforço foi em vão.
Moro ficou incomodado com a exoneraçãode Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal,
órgão subordinado administrativamente à Justiça.
O fatiamento de Justiça e
Segurança Pública é um desejo antigo do presidente e Moro é visto como um
empecilho para que isso aconteça. O estremecimento na relação dele com o
presidente, em outros momentos, passou por esse ponto.
Oliveira é da reserva da Policia
Militar do Distrito Federal e homem de confiança pessoal de Bolsonaro. Formado
em direito, ele é também visto por Bolsonaro como candidato a uma vaga no STF
(Supremo Tribunal Federal).
Indicá-lo para o lugar de Moro
seria uma solução caseira e que atende os pré-requisitos que agradam Bolsonaro:
discrição e alinhamento ideológico e hierárquico.
Oliveira começou no governo como
subchefe de assuntos jurídicos e em menos de um ano virou ministro. Ele esteve
à frente de decretos considerados caros ao presidente, como o de flexibilização
ao porte e à posse de armas.