O icônico hotel permanecerá com
apenas dois hóspedes, o cantor e compositor Jorge Ben Jor, e a diretora-geral
do grupo Belmond no Brasil, Andrea Natal, responsável pela administração do
hotel
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(foto: Wikipedia/CB/D.A Press)
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Pela primeira vez em
praticamente um século de existência, o Copacabana Palace
está fechando suas portas a partir desta sexta-feira (10/4), até pelo
menos o fim de maio. O icônico hotel na Avenida Atlântica foi um dos últimos
grandes símbolos da cidade do Rio de Janeiro a sucumbir à pandemia do novo
coronavírus, depois de Corcovado, Pão de Açúcar e Maracanã, além de vários
outros hotéis famosos.
Testemunha dos mais importantes
momentos históricos dos últimos 97 anos, o hotel se manteve aberto e recebendo
hóspedes durante a Revolução de 30, a Segunda Guerra Mundial, o suicídio de
Getúlio Vargas, o Golpe Militar de 64, entre tantos outros momentos conturbados
do País. Mas, diante da epidemia da covid-19 que golpeou fortemente o setor do turismo,
foi necessário suspender as atividades.
Para a manutenção do prédio, da
famosa piscina, dos três restaurantes e dos 239 quartos, uma equipe reduzida de
funcionários seguirá trabalhando lá dentro. Até porque o Copacabana Palace
conta com dois moradores permanentes, o cantor e compositor Jorge Ben Jor, e a
diretora-geral do grupo Belmond no Brasil, Andrea Natal, responsável pela
administração do hotel. Os últimos hóspedes temporários deixaram o Copa na
última segunda-feira, quando uma grade foi colocada em torno de todo o prédio.
Segundo a Associação Brasileira
da Indústria de Hotéis (ABIH), pelo menos 60 hotéis já tinham interrompido suas
atividades na cidade, entre eles o Fasano, em Ipanema, o Sheraton Grand Rio, no
Leblon, o Windsor Copacabana, no Leme, e Grand Hyatt, na Barra da Tijuca. Em
balanço divulgado na última segunda-feira, a ABIH informou que a oferta de
quartos na cidade caiu de 54 mil para cerca de 20 mil.
A taxa de ocupação dos hotéis que
se mantiveram abertos é inferior a 5% e consiste basicamente em profissionais
de saúde que querem se manter longe da família, idosos que precisam de
isolamento e profissionais que precisam passar pela cidade a trabalho. De
acordo com a Organização Mundial de Turismo, o setor foi um dos mais atingidos pela
epidemia. A projeção para todo o ano e de que o fluxo de turistas sofra uma
queda de 30% - o que equivale a uma perda de US$ 300 bilhões a US$ 450 bilhões.