O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), descartou,
por ora, a aceitação de um dos quase 30 pedidos de impeachment do
presidente Jair Bolsonaro já protocolados na Casa ou a instalação de uma
CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a demissão do
ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
“É legítimo os parlamentares tentarem discutir CPI e outros
instrumentos, mas a Câmara, sob minha presidência, deve tratar do que é
importante neste momento. Devemos voltar para a agenda que preocupa a
todos os brasileiros, que é o enfrentamento ao novo coronavírus. Não que
os outros temas também não preocupem, mas precisam ter paciência para
analisar a situação. O Parlamento não pode ser mais uma fonte de
incertezas”, afirmou em entrevista coletiva ao chegar na Câmara nesta
segunda-feira (27).
Após quase dez dias sem dar declarações públicas, o presidente da Câmara
afirmou ter usado esse período para refletir e ouvir quadros técnicos
da saúde e da economia. Segundo Maia, o país ainda está no início do
aumento de casos de COVID-19 e do número de mortes.
“As projeções de aumento de mortes são muito impactantes, alarmantes.
Além da saúde pública, temos um impacto na economia. Projetando o final
do ano, se comparado ao que esperávamos para 2020 antes da pandemia,
chegaremos a uma queda de 10% da atividade econômica. Isso deve gerar um
aumento do desemprego para 16%, ou seja, mais 4 ou 5 milhões de
desempregados. São números muito dramáticos para a vida dos
brasileiros.”
CNN