O papa Francisco homenageou nesta
quinta-feira (9) os sacerdotes que morreram na Itália consolando doentes do
coronavírus, aos quais qualificou de "santos da porta ao lado", assim
como médicos e enfermeiros.
"Não posso deixar passar
esta missa sem recordar os sacerdotes", comentou o papa argentino na
homilia da Quinta-feira Santa na basílica de São Pedro, praticamente sem fiéis,
exceto por um número reduzido de assistentes.
"Nestes dias mais de 60
padres morreram na Itália enquanto se ocupavam dos enfermos nos hospitais,
juntamente com os médicos, enfermeiros, enfermeiras", declarou Francisco.
"Sacerdotes que oferecem
suas vidas pelo Senhor, sacerdotes que são servidores", lembrou.
Um total de 96 sacerdotes
italianos morreram pelo novo coronavírus, o deles em Nova York, segundo
contagem realizada pelo jornal do episcopado italiano Avvenire, atualizado
regularmente.
O papa também condenou, em sua
homilia, que alguns sacerdotes lhe informam que são insultados pelos recentes
escândalos de abusos sexuais envolvendo a Igreja católica.
"Alguns me disseram que não
podem sair com o colarinho clerical porque são insultados", afirmou.
É preciso "pedir perdão"
e "saber perdoar", explicou.
Por causa da pandemia, que afeta
duramente a Itália, o papa teve que celebrar excepcionalmente uma missa com
apenas dezenas de ajudantes, clérigos e religiosos, sentados espaçadamente na
imensa basílica.
A missa da quinta-feira lembra a
Última Ceia de Jesus na véspera de sua morte, durante a qual lavou os pés dos
apóstolos e instituiu a Eucaristia.
Dois rituais que não puderam ser
celebrados este ano.
No ano passado, o pontífice
celebrou pela quinta vez a missa da Quinta-feira Santa, lavando os pés de doze
detentos, nos arredores de Roma.