O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou nesta
segunda-feira (4) ao ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal
Federal), diligências para apurar os fatos narrados pelo ex-ministro da
Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro em pronunciamento à imprensa,
em 24 de abril, e em depoimento à PGR e à Polícia Federal, no sábado
(2). Entre as medidas solicitadas estão a oitiva de três ministros de
Estado e a realização de perícias no aparelho de Sergio Moro.
Augusto Aras entendeu ser necessário ouvir os ministros da Casa Civil
Braga Netto, da Secretaria de Governo Luiz Eduardo Ramos e do GSI (
Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, além da deputada
federal Carla Zambelli. Também solicitou a oitiva dos delegados da
Polícia Federal Maurício Valeixo, Ricardo Saadi, Carlos Henrique de
Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e Alexandre Ramagem
Rodrigues, para que prestem informações acerca de “eventual patrocínio,
direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República
perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de
cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes”.
A PGR também pediu ao STF cópia do vídeo da reunião realizada entre o
presidente, o vice-presidente, ministros de Estado e presidentes de
bancos públicos no último dia 22 no Palácio do Planalto e comprovantes
de autoria das assinaturas da exoneração de Maurício Valeixo do cargo de
Diretor-Geral da Polícia Federal, publicada no Diário Oficial da União
em 23 de abril, além de eventual documento com pedido de exoneração, a
pedido, encaminhada por Valeixo ao presidente.
No longo depoimento que prestou à PF no sábado, Moro indicou que Augusto
Heleno, Braga Netto e Ramos testemunharam o presidente ameaçar
demiti-lo em reunião gravada pelo Planalto.
R7