Pouco mais de dois meses após a Organização Mundial de Saúde (OMS)
declarar a pandemia do novo coronavírus, as medidas para lidar com a
crise sanitária no País continuam sendo alvo de embates entre o Governo
Federal e governadores e prefeitos. No Nordeste, um estudo divulgado
pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que o Ceará está entre os
estados que mais adotaram ações de enfrentamento ao vírus desde o início
da pandemia, mas revela também que a falta de uma ação coordenada entre
os governos prejudica a contenção da Covid-19 em território nacional.
O relatório “A Gestão de Risco e Governança na Pandemia por Covid-19 no
Brasil – análise de decretos estaduais no primeiro mês” traz uma
avaliação das ações para gestão de crise implementadas por governadores e
pelo Governo Federal após o primeiro caso registrado da doença no
Brasil. O estudo se baseia em medidas publicadas em decretos estaduais e
em portarias, decretos e leis federais publicados entre 26 de fevereiro
e 26 de março – período de 30 dias após o primeiro registro oficial de
Covid-19 no estado de São Paulo.
Para avaliar a gestão de crise dos governos, o relatório classificou as
medidas adotadas em dois eixos: “gerais”, voltadas para redução dos
efeitos colaterais do avanço da doença e redução de contágio, como ações
de isolamento social, e “saúde”, também voltadas para contenção, mas
nos âmbitos sanitário-hospitalar e de reforço assistencial. As
classificações se baseiam em determinações da OMS e em medidas adotadas
por outros países no combate à pandemia. Além disso, também foi levada
em consideração a integração intragovernamental e intersetorial para
analisar a coerência das medidas.
O POVO



