No depoimento que prestou sábado na Superintendência da Polícia
Federal em Curitiba, o ex-titular do Ministério da Justiça e da
Segurança Pública Sérgio Moro citou nomes de ministros do atual governo
para reforçar suas acusações contra o presidente Jair Bolsonaro. Moro
teve o cuidado de não implicar os ex-colegas de Esplanada em situações
ilegais.
Os ministros estavam presentes em reuniões do ex-juiz com o
presidente e foram mencionados apenas como eventuais testemunhas de
falas ditas por Bolsonaro nos encontros.
Durante a oitiva, peritos da Polícia Federal extraíram do celular de Moro mensagens trocadas
com o presidente, incluindo as que foram deletadas para aumentar o
espaço de armazenamento do aparelho. O depoimento de Moro na sede da PF
na capital paranaense durou mais de oito horas.
Uma varredura completa foi realizada no celular de Moro e localizou
áudios de conversas do ex-ministro com Bolsonaro. Os peritos também
copiaram mensagens trocadas por Moro com a deputada Carla Zambelli
(PSL-SP), algumas delas que também haviam sido deletadas para liberar
espaço de armazenamento, mas que permanecem na memória do aparelho.
O próximo passo é a elaboração de um laudo no Instituto Nacional de Criminalística sobre as conversas e os áudios.
Diário do Nordeste