
Um estudo realizado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta terça-feira
(12), apontou o estado do Ceará com o maior índice (9.2) de avaliação de
medidas para o distanciamento social entre os demais estados brasileiros. A
análise define em escala de 0 a 10 - em que 10 é o mais restrito.
O levantamento analisa a relação
entre as ações governamentais para a prevenção do novo coronavírus na aplicação
do distanciamento e isolamento social, entre 27 de abril a 10 de maio.
Com acompanhamento feito
quinzenalmente, o Estado obteve nota 9.2 durante o período de 6 a 9 de abril e
4 a 8 de maio. Em sequência, no ranking,
aparecem os estados Pernambuco (8,3), Alagoas (7,5), Amazonas (7,5) e
Rio Grande do Norte (7,5). Por último, surgem os estados de Santa Catarina, com
4,2 na última análise, além da Bahia, Mato Grosso do Sul, Roraima e Tocantins
com 3,3 cada.
Conforme o estudo, entre 11 de
março e 10 de maio, o Ceará foi classificado como “articulador”. O título quer
dizer que o governo estadual foi capaz de elaborar ações conjuntas com
prefeituras, principalmente a de Fortaleza, em relação às medidas adotadas.
Segundo o economista e
pesquisador responsável pelo documento, Rodrigo Fracalossi de Moraes, “as
medidas de distanciamento tem sido cada vez mais uma resposta à gravidade da
epidemia, em uma determinada área geográfica, do que uma medida preventiva que
poderia evitar um cenário de epidemia mais grave”.
Medidas- Nos estados onde a pandemia se
propaga com maior gravidade, como Pará, Ceará, Amazonas, Pernambuco, São Paulo
e Rio de Janeiro, as medidas de distanciamento são mantidas ou passam a ser
mais rigorosas, conforme o pesquisador.
“Em função do crescimento do
número de casos e de óbitos no estado, assim como da alta taxa de ocupação de
leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva), o governo estadual e a
prefeitura de Fortaleza decidiram em conjunto pela adoção de um lockdown
(bloqueio rígido) na capital a partir de 8 de maio”, explica Fracalossi.
Já outros levantamentos do estudo
evidenciam a descentralização das políticas de distanciamento social, cada vez
mais a cargo das prefeituras. “Por um lado, em algum momento, a gravidade da
situação se impõe e força governos a adotar medidas mais rígidas, mas ao mesmo
tempo - nos locais em que a gravidade é menor -, parecem ter dificuldade de
sustentar uma política de distanciamento”, afirma Fracalossi sobre o País.
O pesquisador fala, ainda, sobre
os critérios de relaxamento das medidas. “Os critérios para se relaxar as
medidas de distanciamento devem ser estabelecidos por autoridades da área de
saúde pública. Alguns dos critérios que têm sido colocados são, por exemplo,
taxa de transmissão do vírus, disponibilidade de leitos de UTI, dentre outros”,
conclui.
Diário do Nordeste