O decreto de isolamento social para conter a contaminação pelo novo coronavírus foi prorrogado mais uma vez no Ceará, até 31 de maio. O anúncio foi feito pelo governador Camilo Santana e pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, na última quarta-feira (20). Durante a transmissão ao vivo pelas redes sociais, eles confirmaram que o lockdown na Capital vai até o fim deste mês.
Apesar da continuidade do decreto, o Sistema Verdes Mares teve acesso a
detalhes do plano de retomada da economia para o Estado. Na primeira
fase do projeto, 12 cadeias produtivas devem voltar às atividades, com o
retorno de 19,9% da força de trabalho destes setores.
Durante a live, Camilo voltou a reforçar a importância das medidas de
isolamento social para reduzir os números de contaminação, internação e
óbitos causados pela covid-19 no Estado. Ele ainda comentou que o
isolamento rígido na Capital já apontou para uma redução desses números,
representando o achatamento da curva da doença.
“Pela primeira vez, se comprova um achatamento da curva de casos de
contaminação pelo coronavírus e os casos de óbito em Fortaleza. Todas as
nossas decisões são pautadas na ciência e são focadas em minimizar o
impacto no sistema de saúde” disse Camilo.
O governador ainda disse que a reabertura da economia dependerá da
melhora no número de casos e só acontecerá após recomendações dos
especialistas da área médica. Contudo, Camilo afirmou que a expectativa é
de que o plano de retomada da economia possa entrar em vigor em junho.
“Criamos um grupo de trabalho para pensar o plano de retomada e devemos
apresentar esse plano até o final dessa semana. Estamos preocupados com
os empregos e com a economia. Há uma tendência de estabilização dos
números e, talvez, poderemos iniciar a retomada em junho”, disse.
Retomada
Segundo fonte que repassou os detalhes sobre a primeira fase do plano de
retomada, está previsto o retorno ao trabalho de cerca de 43,2 mil
trabalhadores de 12 cadeias produtivas. Com percentuais de liberação que
variam de 1,3% a 40%, o planejamento ainda não tem data para começar a
ser posto em prática e depende da melhora dos índices de contaminação,
internação e óbitos pelo novo coronavírus.
Dos setores que possuirão a parcela máxima de liberação no Estado estão
preparação, fabricação, e comercialização de artigos de couro e calçados
(10,4 mil empregos), geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica (962 empregos), fabricação, confecção e comercialização de
produtos têxteis e roupas (14,3 mil empregos), e a cadeia moveleira (2,7
mil empregos).
Também terão partes significativas de seus efetivos autorizados a
trabalhar a indústria química, metalmecânica e correlatos, com 38,8% de
liberação, correspondendo a 1,7 mil empregos; agropecuária (37,1% ou 135
empregos); construção civil (36,3% ou 11,5 mil empregos); e saneamento
básico e reciclagem (30,1% ou 121 empregos).
Ainda estão entre as atividades que irão retomar os trabalhos na
primeira fase os setores de artigos do lar (22,5% ou 522 empregos),
tecnologia da informação e comunicação (16,2% ou 455 empregos),
comunicação, publicidade, editoração e imprensa (14,4% ou 151 empregos) e
serviços de apoio às empresas e famílias (1,3% ou 12 empregos).
Compromisso
Procurado, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia
Júnior, não quis comentar sobre a escolha dos setores e os números de
reativação da economia, mas afirmou que o plano de retomada está sendo
finalizado e espera aprovação do governador Camilo Santana. “É nosso
compromisso finalizá-lo esta semana”, disse Maia.
Segundo já revelou o chefe da Casa Civil do Estado, Élcio Batista, o
plano de retomar a economia deverá ter duração mínima de 56 dias e será
aplicado em 4 fases. Durante as etapas, as equipes de saúde deverão
realizar o monitoramento dos números da Covid-19.
O POVO