Você já ouviu a expressão
“nada será como antes” para definir o pós-pandemia do novo coronavírus
(Sars-CoV-2)? Essa frase ficou bem comum nas redes sociais e indica que o mundo
deve tomar novos rumos quanto aos cuidados de higiene e saúde.
Segundo especialistas, teremos um turista mais consciente e
nem todo tipo de viagem vai conquistá-lo
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Um dos setores que sentirá
essas mudanças é o turismo. O conceito de viajar deve se reinventar nos
próximos meses, assim como o próprio turista. Para entender
melhor essa dinâmica, especialistas apontam as tendências do “novo viajante”.
Preocupação social em alta
O CEO da Accor na América
Latina, Patrick Mendes, é um dos que aposta num novo o conceito de turista após
a quarentena. “Acreditamos que o consumidor irá criar hábitos mais conscientes
da escassez de recursos, com maior solidariedade, focado na saúde e bem-estar.A consciência
ambiental e social , e o impacto que o consumo da viagem têm sobre o
desenvolvimento e a diminuição da desigualdade, são possíveis ‘legados’ desta
fase”.
Essa preocupação social também
deve respingar nas empresas que prestam serviços turísticos. “Acreditamos que
os clientes passarão a prestar mais atenção nas ações dessas empresas. Empresas
aéreas já estão estudando maneiras de atender os clientes e deixá-los seguros e
os aeroportos também deverão revisar as questões sanitárias”, comenta a
coordenadora de Turismo da Faculdade Estácio, Fernanda Arcieri.
Destinos pós-pandemia
Os destinos escolhidos para as
férias também devem mudar. “É bem provável que o primeiro impulso, após tanto
tempo dentro de casa, seja buscar destinos e experiências de integração com
a natureza , incluindo caminhadas, aventura e praias. O setor
de wellness, em tempos em que tudo que mais queremos é ter saúde, deve ficar
mais em alta do que nunca”, frisa Patrick.
Além disso, com as fronteiras
internacionais sem previsão de reabertura, o turismo nacional deve ficar
aquecido, e são dois os motivos. Primeiro pela facilidade de locomoção e,
segundo, por um sentimento nacionalista que os turistas devem criar para ajudar
a economia local, de acordo com avaliação de Patrick.
A professora Fernanda Arcieri
também acredita no crescimento do turismo local e aposta nas
viagens regionais pela facilidade de locomoção com o carro. Os automóveis são o
meu de transporte mais indicado dos especialistas para o pós-pandemia, por
acomodar no máximo cinco pessoas.
Já o turista que
gosta de fazer passeios internacionais, devem demorar um pouco mais para
retomar a rotina. “O mercado acredita que o ritmo de viagens internacionais só
deve normalizar a partir do segundo semestre de 2021”, comenta Fernanda.