Estado com maior número de testes no Brasil, com quase 255 mil exames
já realizados, e que já foram distribuídos para todos os 184 municípios
mais de 470 mil testes rápidos para detectar a Covid-19, o Ceará segue
colhendo dados para a maior pesquisa epidemiológica do Brasil. Depois da
primeira fase de Fortaleza, e Sobral, agora é a vez de Iguatu, na
região do Cariri, que testa parte de seus habitantes para identificar o
alcance do coronavírus e analisar seus impactos.
A Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (Sesa), em parceria com a
Secretaria de Saúde de Iguatu realiza estudo sobre o impacto do
coronavírus no município. Para atingir os resultados, serão feitos 2.100
testes rápidos para a SARS-Cov-2 e RT-PCR (swab), divididos em 3 fases.
Pesquisa de campo
No total, 50 profissionais (entre agentes comunitários, enfermeiros e
pesquisadores) realizam testes rápidos e de RT-PCR (swab), com o
procedimento do cotonete que coleta a amostra da nasofaringe (vasos do
nariz), para a SARS-Cov-2 em domicílios do município de Iguatu. O
projeto é realizado pelo Governo do Ceará, prefeituras municipais e
coordenação do Instituto Opnus de Pesquisa.
“Estamos tendo cuidado especial com o interior do estado, pois os
casos estão aumentando de forma considerável em algumas regiões. Quanto
mais testes realizarmos mais ferramentas teremos para as estratégia e
tomada de decisões nesse enfrentamento ao coronavírus”, afirma o
governador Camilo Santana.
Ao chegar em cada casa, uma enfermeira e um auxiliar de saúde
informam que uma pessoa da residência poderá fazer os dois testes
programados. Um, é o teste rápido, simples e que fica pronto em apenas
15 minutos. Durante o procedimento o aplicador coleta uma gota de sangue
do entrevistado e faz um breve questionário enquanto aguardam o
resultado. O segundo é e o RT-PCR (swab).
Para José Antônio da Silva, 75 anos, que diz andar de máscara até
dentro de casa, essa pesquisa é muito importante para a cidade. “Ter
informação sempre ajuda, e contra uma doença tão esquisita, que a gente
não sabe direito como vem e vai, melhor ainda”. O aposentado vive
sozinho, mas recebe visitas regulares da sobrinha, mas não apresentou
nenhum tipo de sintomas, além das dores já comuns da idade. Após os
testes e a entrevista, ele comemorou o resultado negativo com um
sorriso. “Vamos seguindo nossa vida né, com cuidado e sempre de
máscara”, disse.
A superintendente de saúde da Regional Cariri, Teresa Cristina, falou
sobre a importância dessa testagem em cidades do interior, como Iguatu.
“Dentro da Região do Cariri, iniciamos uma pesquisa em Iguatu para
detectar quais áreas do município há maior incidência da doença, além de
saber, através de uma entrevista, como se dá a rotina das pessoas, e
com os números e dados poderemos agir com maior eficiência”, disse.
700 testes por fase
Em cada fase serão realizados 700 testes aplicados aleatoriamente na
sede e distritos do município. Os domicílios serão selecionados de forma
sistemática e o morador será sorteado aleatoriamente entre os
residentes. No caso dos menores de idade e incapazes, os testes serão
feitos mediante autorização dos pais ou responsável.Já na casa de Rosália Ferreira, o movimento é mais intenso. Ela mora com
seus quatro filhos, e duas delas costumam ir muito para rua brincar,
sem nenhum tipo de proteção visível. Ao receber a visita dos
profissionais de saúde para o teste, comemorou a oportunidade de tirar a
dúvida se alguém da residência está ou não com a doença, pois disse não
se sentiram muito bem nos últimos dias. “Aqui já tivemos febre e mal
estar, mas já passou”, relembrou. De forma padrão para os testes, foi
sorteado um residente, o bebê de um ano, Pedro Miguel. E, após a
testagem, veio o alívio, a criança não está com o coronavírus. “Agora
vamos aguardar o segundo exame, mas vamos tentar ficar mais em casa, eu e
as crianças”, prometeu.
Para o secretário de Saúde de Iguatu, George Xavier, essa pesquisa
científica é essencial para a tomada de decisões quanto ao enfrentamento
da pandemia. “Como Iguatu tem uma área geográfica muito grande, e
bastante distribuído, com cinco distritos em nossa cidade, precisamos em
alguns casos ter trabalhamos mais incisivos do que em outros bairros,
onde o vírus esteja com a maior circulação. Vamos direcionar os dados
quantitativos para que possamos traçar ações e um planejamento mais
efetivo para o tratamento dessa doença”, explicou.
Como reconhecer o pesquisador
Os pesquisadores portam crachá de identificação, termos de
consentimento para participação e panfleto informativo da pesquisa, bem
como estão paramentados com todos os equipamentos de segurança: touca,
avental, óculos, máscara e luvas. Todos são treinados para aplicação dos
testes e sobre os procedimentos de biossegurança.
(Governo do Estado do Ceará)