Arcebispo de Fortaleza afirma que ainda não é hora de reabertura das igrejas


O arcebispo metropolitano de Fortaleza dom José Antonio Aparecido Tosi Marques anunciou nesta segunda-feira, 1º, como se dará a reabertura das igrejas na Capital. Em carta, ele afirmou que "ainda não é o tempo para tal" e que durante a pandemia do novo coronavírus "são necessárias restrições pessoais para o bem de todos".

No documento o arcebispo cita as medidas isolamento rígido, as quais classificou como necessárias. "Repetimos o que já tínhamos dito em Carta Circular anterior (oo4/2020): com muita calma chegaremos a este pontos, mas ainda não é o tempo ideal para tal", declara, sobre possibilidade de volta de missas presenciais em paróquias da Igreja Católica Apostólica Romana.

Ainda na carta dom José Tosi afirmou que restrições pessoais são importantes para o bem de todos. "No tempo de pandemia em que estamos vivendo são necessárias restrições pessoais para o bem de todos, e já que está ainda em crescimento a contaminação com o coronavírus e suas consequências dolorosas, especialmente agora entre os mais vulneráveis da humanidade", afirmou.

Celebração de Corpus Christi

Apesar de o feriado de Corpus Christi ter sido adiantado para a semana passado, a celebração continua. Para a data, será feita uma transmissão ao vivo — a fim de evitar aglomerações — com padre e equipe de liturgia. "Não haverá procissão, não haver manifestações, nem aglomerações. Nada disso", declarou a assessoria da Arquidiocese ao O POVO.

Confira carta do arcebispo na íntegra:

"No tempo de pandemia em que estamos vivendo são necessárias restrições pessoais para o bem de todos, e já que está ainda em crescimento a contaminação com o coronavírus e suas consequências dolorosas, especialmente agora entre os mais vulneráveis da humanidade. Diante da expectativa da parte de muitos irmãos sacerdotes e fiéis, sinto-me na necessidade de dirigir a todos alguns esclarecimentos.
As autoridades civis e sanitárias tem dado insistente recomendação de continuar com o isolamento social rígido, apesar de gradativamente, por razões de promoção da atividade econômica, ir entrando em uma retomada de atividades sociais.
Neste contexto, muito se tem debatido sobre a abertura dos templos das diversas confissões religiosas para atendimento de fieis. O governo estadual e municipal, diante de pressões de alguns líderes religiosos e fieis, estão propondo uma gradual abertura dos mesmos com determinação de porcentagem de participação dos fieis e determinando as condições em que isto será permitido. A cada etapa deverá ser feita uma avaliação para maior abertura ou retorno a mais rígido isolamento e fechamento novamente dos
templos.
Diante destas determinações e para esclarecer a nossos fieis da Igreja Católica na Arquidiocese de Fortaleza estamos enviando esta nova Carta Circular. Repetimos o que já tínhamos dito em Carta Circular anterior (oo4/2020): COM MUITA CALMA CHEGAREMOS A ESTE PONTO, MAS AINDA NÃO É O TEMPO PARA TAL. As condições de isolamento social rígido, necessário para enfrentar a pandemia, nos impede ainda de atrair os fieis a sairem de casa para participar do culto nas igrejas. Ninguém controlaria que todos obedecessem às condições que se fazem necessária para evitar o contágio, seja pela locomoção externa, seja pelo encontro com muitas pessoas. Quem poderia escolher quem participaria das missas e quem não? Ademais, nosso povo tão religioso costuma encher as igrejas para as celebrações. Como conter que saiam de casa apenas alguns e outros não?
ASSIM AINDA NÃO ABRIREMOS NOSSOS TEMPLOS (igrejas, capelas e dependências de atendimento público – secretarias, salões paroquiais e centros pastorais), ATÉ NOVA DETERMINAÇÃO, quando as condições de segurança realmente permitirem.
A criatividade do amor dará aos pastores e fieis a descoberta de diversas possibilidades de continuar a alimentar a própria vida cristã e a comunhão eclesial na vivência da Palavra de Deus, das obras de Caridade, da renúncia e sacrifícios da própria vida, unidos à Paixão do Senhor.
A Igreja, Mãe dos filhos de Deus, como Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, quer cuidar com desvelo materno de seus filhos e por isso deseja o pleno bem de toda pessoa humana. Ouvimos ainda ontem as palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, falando aos fieis, em especial aos brasileiros, referindo-se à Amazônia (o que serve para todos nós!): ”Cuidar das pessoas que são mais importantes que a economia. Nós, pessoas, somos templo do Espírito Santo, a economia não.”
Esperamos assim, que seja a comunhão fraterna em Cristo a nos iluminar e fortalecer no enfrentamento da situação pandêmica que vivemos. E será esta mesma a nos dar lições para o futuro de um mundo mais de acordo com o projeto amoroso de Deus.
Desejamos a todos e às comunidades a que servem como pastores as graças e
alegrias do Senhor Ressuscitado que está conosco pelo Seu Espírito Santo de Amor."


(O Povo)

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