De Sevilha a Estocolmo, de Paris
a Milão, a Europa enfrenta a primeira onda de calor deste ano. No momento em
que as autoridades relaxam as medidas de quarentena impostas para barrar a
propagação do coronavírus, aumenta o temor de que as altas temperaturas possam
acelerar resultar em novos focos de propagação da doença.
Com o início do verão no
Hemisfério Norte e a primeira onda de calor de 2020, as autoridades temem que a
população deixe de respeitar as medidas de precaução ao coronavírus. Diante das
temperaturas máximas ultrapassando os 35°C em várias cidades de Portugal,
Espanha, Itália e França, e mais de 30°C nos países escandinavos, desde o
início desta semana, muitas pessoas aproveitam para sair às ruas, lotando
parques e praias.
O fenômeno é registrado devido à
chegada de uma massa de ar quente vinda da África. No entanto, trata-se de um
episódio curto e que deve durar até amanhã, afirmam meteorologistas.
Apelo das autoridades
Apesar dos apelos das autoridades
para o respeito do distanciamento físico e o uso de máscara, a disputa por um
lugar ao sol fez muita gente esquecer das medidas de proteção. Em Milão, cidade
extremamente castigada pela Covid-19, alguns moradores improvisaram banhos de
sol nas terraças de prédios. Em Sevilha, o rio Guadalquivir foi invadido por
amadores de canoagem.
No Reino Unido, os termômetros
podem se aproximar do recorde que data de 1976 de 35,9°C para um mês de junho.
O governo britânico, que anunciou recentemente uma nova fase de relaxamento da
quarentena, teme que um aumento de contaminações devido ao grande número de
pessoas que saíram às ruas e invadiram as praias devido ao forte calor.
Na Suécia, a agência pública de
saúde desaconselhou a utilização de ventiladores nas casas de repouso, para
evitar a propagação do vírus. Diante do risco das altas temperaturas aos
idosos, as autoridades sanitárias suecas recomendaram a instalação de
ares-condicionados ou toldos para fazer sombra.
Na França, os termômetros devem
ultrapassar os 35°C nesta tarde, segundo a agência Météo-France. As praias do
litoral Atlântico e Mediterrâneo estão lotadas desde terça-feira (23). Em
Paris, o calor sufocante faz com que muitos se refresquem às margens do Rio
Sena, em parques ou à sombra, em cafés e bares.
Nas ruas de Nice, no sul da
França, uma “brigada da onda de calor” percorre as ruas instruindo as pessoas a
se protegerem das altas temperaturas. A principal preocupação é com os idosos,
que são encorajados a se hidratar e a evitar a exposição ao sol. Fontes de água
e brumizadores foram instalados pela cidade.
Segunda onda de Covid-19
A onda de calor ocorre no mesmo
momento de cientistas e médicos advertem à possibilidade de uma segunda onda do
coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou nesta quinta-feira
(25) sua preocupação com o ressurgimento de casos de Covid-19 na Europa.
Segundo Hans Kluge, diretor do
escritório da OMS para o Velho Continente, na semana passada, a Europa “viu um
aumento do número de contaminações semanais pela primeira vez depois de meses”.
Segundo ele, cerca de 30 países também registraram novos focos da doença nas
últimas duas semanas.
RFI