Projeto Carta Amiga promove acolhimento a pessoas em tratamento com câncer no Ceará


Iniciativa solidária promove acolhimento para pessoas em tratamento com câncer no Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio). Os pacientes hospedados na casa de apoio da Associação Nossa Casa encontram-se distantes de seus lares e familiares, devido a pandemia do novo coronavírus. A partir da iniciativa, eles recebem mensagens de motivação e carinho, por meio de cartas escritas a punho pelos colaboradores da Instituição. A proposta, segundo o Crio, é dar ênfase ao tratamento humanizado e a qualidade de vida dos assistidos.

O Carta Amiga foi idealizado pelo setor de terapia ocupacional do Crio, em maio e junho deste ano. Antes, os pacientes atendidos pela casa de apoio retornavam para suas casas no interior do Ceará, para passar o fim de semana com a família. No entanto, por causa da pandemia, a Associação passou a atendê-los de forma integral, com objetivo de proteger os assistidos durante a quarentena.

A Associação Nossa Casa tem capacidade para atender a 46 pessoas. O tratamento de radioterapia e quimioterapia leva em média 35 sessões, que podem durar um mínimo de dois meses. “Quando a gente comunicou a mudança, eles entenderam, com muita tristeza. E por tudo que estão passando, e ainda terem que ficar longe da família, alguns quiseram parar o tratamento”, comenta a terapeuta ocupacional Patrícia Citó, que idealizou o projeto.

Ao perceber que os pacientes estavam tristes e desmotivados, o grupo pensou em modos de fazer com que os assistidos se sentissem “especiais, lembrados e apoiados”, foi então que surgiu a ideia da carta, conta Patrícia. “Essas cartas são escritas de próprio punho, para demonstrar a atenção, o afeto, e que cada funcionário tirou alguns minutos [do seu tempo] para escrever palavras de força e esperança para eles”, detalha.

Para os idealizadores do Carta Amiga, o gesto, cada vez mais raro por conta da tecnologia, tem o poder de levar amor e carinho para as pessoas, e surpreender quem está precisando de palavras sinceras e reconfortantes. “Ler algo com a letra de alguém simboliza vínculo, cuidado e sensibilidade”, descrevem.

Como funciona o projeto

O colaborador é convidado a redigir uma carta, sem saber quem é seu destinatário. A única informação que recebem, é que o destinatário da carta está em tratamento de câncer no Crio e hospedado na casa de apoio da Associação Nossa Casa.

A ideia, segundo os idealizadores do projeto, é que o voluntário escreva uma carta que ele mesmo gostaria de receber, se estivesse passando por um tratamento de câncer e suas eventuais consequências.

O remetente receberá um envelope e papel personalizado com a logomarca do projeto. O texto redigido poderá ser direcionado para uma mulher ou homem; jovem ou idoso; ou para qualquer paciente da casa. A carta será entregue nas mãos de cada paciente, pela terapeuta ocupacional da Instituição. A leitura será feita no ato de entrega.

“Caso seja o desejo do paciente, o promoveremos um encontro entre ele e o colaborador remetente. Infelizmente, será um momento sem toques e abraços, porém certamente, de muita emoção e carinho”, destaca a instituição.



O POVO
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