Pontífice fez menção às 1.473 mortes pelo novo coronavírus na última quinta-feira (4), durante a tradicional cerimônia do ângelus, na praça São Pedro, no Vaticano, neste domingo
Neste domingo (7), o papa Francisco fez uma
referência ao número de mortes provocadas pelo coronavírus no Brasil,
durante a cerimônia do ângelus, tradicional oração católica em louvor à
Virgem Maria e ao momento da concepção de Jesus.
Dirigindo-se a
centenas de pessoas que recebiam a bênção na praça São Pedro, Francisco
apontou que a Covid-19 continua fazendo muitas vítimas, "especialmente
na América Latina".
"Na última sexta-feira, em um país, uma morte por minuto! Terrível!"
Embora não tenha citado nominalmente o Brasil, o papa Francisco fez referência à marca de 1.473 mortes em um período de 24 horas, alcançada pelo país na última quinta-feira (4), exatos cem dias após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país.
Também na
quinta-feira, o Brasil cruzou a marca de 34 mil mortes em decorrência do
novo coronavírus e superou a Itália, país que simbolizou primeiro a
tragédia da pandemia, tornando-se o terceiro no ranking de óbitos
resultantes da doença no mundo.
Até a manhã deste domingo (7),
em que o número de brasileiros mortos pelo coronavírus é de 35.930,
apenas os Estados Unidos, com 109 mil mortes, e o Reino Unido, com 40,5
mil, estão à frente.
Aos italianos, Francisco pediu que não baixem a guarda contra o coronavírus agora que as taxas de infecção caíram.
"Sejam
cuidados. Não cantem vitória cedo demais", disse o líder católico em
resposta aos aplausos da multidão quando ele disse que a presença dos
fiéis era um sinal de que a Itália havia superado a fase mais aguda da
pandemia.
Em março, o papa Francisco chegou a conduzir sozinho
uma bênção pela luta contra o coronavírus diante de uma praça São Pedro
completamente vazia.
O país ocupa o quarto lugar, logo atrás do
Brasil, entre os países com mais mortes por coronavírus. Até este
domingo, foram registrados quase 34 mil óbitos entre os italianos.
O
número de mortes diárias caiu de quase 1.000, no auge da pandemia, para
72 no sábado (6). A Itália entrou na fase mais recente de uma redução
de restrições no último dia 3, quando as pessoas foram autorizadas a
viajar novamente entre as regiões dentro do país.
No entanto,
alguns italianos, principalmente os mais jovens, desrespeitam as regras
sobre distanciamento social e uso de máscaras em locais públicos. As
autoridades alertam para o perigo de uma segunda onda.
"Ainda
temos que seguir as regras", disse Francisco aos fiéis. "Graças a Deus,
estamos deixando a pior parte, mas sempre obedecendo às regras
estipuladas pelas autoridades."
O TEMPO