Vítimas de assédio na cidade de Sobral também começaram a relatar
casos em rede social na terça, 23. No mesmo dia, a Delegacia de Combate à
Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) estava apurando
denúncias relacionadas ao #exposedfortal. A hashtag foi criada por um
perfil no Twitter que tem, desde segunda-feira, 22, exposto rapazes que
teriam um grupo para compartilhar fotos íntimas (nudes) de meninas sem o
consentimento delas.
A conta exposedsobral no Twitter já passa dos 1.800 seguidores e está nos assuntos mais comentados da rede social na manhã desta quarta, 24.
"oi pessoal, essa conta foi criada pra todas vcs q quiserem ajuda,
apoio. vcs não estão sozinhas!! usem a hashtag #exposedsobral e sigam
aqui caso precisem de ajuda", diz um dos primeiros tweets.
As outras postagens da conta são relatos de adolescentes e jovens que
foram assediadas na cidade, por colegas da escola ou até professores, e
exposição de relacionamentos abusivos.
Nomes, fotos e redes sociais dos suspeitos também estão sendo
divulgados. A conta não está vinculada a nenhum perfil no Instagram.
Está apenas no Twitter.
Em um dos relatos, uma das vítimas conta que foi assediada por um
colega de sala durante uma conversa entre os dois. "Ele apertou meus
seios e eu fiquei sem reação. Até hoje não acredito que passei por
aquilo (...) Eu realmente não tenho forças para falar sobre isso
detalhadamente (...) Dói até hoje", descreve.
Outra exposição parte, dessa vez, de um menino de 16 anos, que conta
quando um de deus professores o assediou inicialmente pelas redes
sociais: "Começou esse ano e pelo meu Instagram. Nunca tive uma amizade
ou qualquer vínculo com ele além de professor e aluno. Do nada ele
começou a reagir a stories meus, onde aparecia meu rosto e ele respondia
dizendo que eu era "sexy", que eu dava "tesão" para ele", relata o
estudante.
Ainda na manhã desta quarta, o Secretário da Segurança Pública e
Defesa Social do Estado do Ceará, delegado André Costa, se pronunciou
sobre as denúncias. No Twitter, ele falou tanto sobre os casos de
Fortaleza quanto de Sobral. E acrescentou, ainda, os relatos do Cariri.
Ele agradeceu as vítimas que registraram Boletim de Ocorrência (B.O) e pediu que outras pessoas continuassem denunciando.
(O Povo)