Pesquisa de 15 instituições brasileiras, em parceria com universidades britânicas, aponta que o novo coronavírus chegou ao Brasil por mais de 100 portas de entrada. A maior parte das introduções foi identificada nas principais capitais com maior incidência de voos internacionais vindos da Europa, com destaque os estados do Ceará, que tem Fortaleza forte hub aéreo, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Estudo foi publicado nesta quinta-feira, 23, na revista científica estrangeira Science.

De acordo com os resultados, somente uma pequena parcela dessas introduções resultou nas linhagens espalhadas por transmissão comunitária no país. O estudo apurou que 76% dos vírus detectados até o final de abril estão agrupados em três grandes grupos, também chamados "clados" (que são grupos de espécies com um ancestral comum exclusivo), que foram introduzidos entre o final de fevereiro e o início de março e se espalharam rapidamente pelo Brasil antes do início das medidas de isolamento social.

Medidas como o fechamento de escolas e comércio, embora insuficientes, ajudaram a diminuir a taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil. Esse foi um dos resultados do estudo, que realizou o sequenciamento de 427 genomas do novo coronavírus SARS-CoV-2.

A investigação contou com amostras colhidas de pacientes positivos para a Covid-19 entre os meses de março e abril, em 85 municípios de 21 estados brasileiros. Segundo os pesquisadores, esse é o maior estudo de vigilância genômica da covid-19 na América Latina.



Agência Brasil