Ceará registra 41 padres infectados com coronavírus; Diocese de Sobral onde tem mais casos


A pandemia do coronavírus tem afetado a Igreja Católica para além das atividades presenciais. De acordo com estatísticas do Conselho Nacional de Presbíteros (CNP), até 19 de julho, o Ceará teve 41 padres positivados com a Covid-19 - ao todo, 37 casos confirmados e quatro óbitos em decorrência da doença. O número representa 11% dos 368 sacerdotes infectados em todo o Brasil. 

Do total registrado, Fortaleza concentra 21 casos e três mortes. Contudo, segundo dados mais recentes da Arquidiocese de Fortaleza, de abril a 29 de julho, foram contabilizados cinco óbitos de membros religiosos causados pela Covid-19. No mesmo período, outras cinco mortes foram ocasionadas por enfermidades distintas, como insuficiência cardíaca ou renal, e câncer.

O relatório do CNP, divulgado no dia 27 de julho, também aponta Sobral como o município com a maior quantidade de padres contaminados com o coronavírus após Fortaleza, com seis casos; seguido por Crato e Iguatu, ambos com quatro ocorrências, e Limoeiro do Norte, com duas. As cidades de Tianguá, Quixadá, Itapipoca também apresentaram um registro cada. 

O padre Fernando Antônio, pároco da comunidade Jereissati II, em Maracanaú, conta que começou a sentir os sintomas em maio. “Eu inicialmente achei que fosse uma crise alérgica. Depois, comecei a desenvolver uma febre e tosse seca. Achei que as dores no corpo fossem por causa das atividades do dia. Não tive perda de paladar nem de olfato, e também não tive perda de oxigênio”, informa.

A confirmação de que era Covid-19 só veio de fato depois que o religioso saiu do isolamento, no dia 28 de maio, quando o exame de sorologia detectou que Fernando teve contato com o vírus e estava imune.  

Um dos nove bispos no Brasil com confirmação da doença, Dom Ailton Menegussi, de Crateús, relembra que não manifestou sintomas. “Eu fui assintomático. Senti um mal-estar e foi pensado que fosse outra coisa, mas aí o pessoal achou por bem que eu fizesse o exame”, diz.

Na Diocese do Crato, o único óbito registrado foi o do monsenhor Eusébio de Oliveira Lima, que faleceu no dia 1º de julho, aos 91 anos, em Barbalha, onde estava internado. Natural de Limoeiro do Norte, o sacerdote exerceu atividades religiosas ao longo de 66 anos.

 (Diário do Nordeste)

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