Um levantamento inédito no Ceará, ainda em andamento, aponta a presença
de manguezais em pelo menos 22 municípios do Estado. Uma boa notícia em
pleno Dia Internacional de Conservação dos Manguezais, comemorado em 26
de julho. A pesquisa responsável pelo estudo é a geógrafa Fabiana
Pinho, especialista em gestão ambiental e ligada ao Ecomuseu Natural do
Mangue.
A profissional foi motivada a realizar o estudo após observar os
impactos causados pelo tsunami ocorrido na Indonésia, em dezembro de
2004. Na ocasião, foi constatado que áreas com a presença de manguezais
foram menos impactadas pelo fenômeno, já que o ecossistema dissipa a
energia das ondas.
No Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro (ZEEC) do Ceará, da
Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), foram identificadas 15
grandes zonas estuárias com manguezais no Estado, em 18 municípios —
quatro a menos em relação ao levantamento que está sendo realizado pela
gestora ambiental, Fabiana Pinho.
Para montar o novo estudo, a pesquisa reúne informações bibliográficas
de periódicos e sites públicos. “Ainda está em curso e pode ser que,
futuramente, a gente identifique mais municípios”, explica Fabiana
Pinho. Segundo ela, o levantamento contribui para o conhecimento da
realidade do Ceará.
“Uma das coisas que a gente quer fazer na Semana dos Manguezais é a
aproximação com os gestores dessas cidades. Às vezes, a criança ou o
adulto mora vizinho ao manguezal, mas não o conhece. Se você não
conhece, não tem como cuidar”.Pinho ressalta a importância de “cuidar, preservar e recuperar” essas
áreas, tendo em vista serem o berçário da vida marinha, importante para a
proteção da linha de costa, e um dos principais sequestradores de
carbono da atmosfera. “Cerca de cinco vezes mais que as florestas
tropicais”, alerta a pesquisadora.
(G1/CE)