A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) deflagrou uma operação contra
uma organização criminosa que atuava no comércio ilícito de
entorpecentes e psicotrópicos pelas redes sociais. A Operação Fármacos
mobilizou policiais civis da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas
(DCTD) e das delegacias de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro
(DCCLD) e de Combate à Corrupção (Decor) para o cumprimento de mandados
de prisão e de busca e apreensão, em Reriutaba e Pires Ferreira, cidades
do Interior Norte do Estado, nessa quinta-feira (16). Mais de 1.300
caixas de medicamentos foram apreendidas e mais de R$ 140 mil em bens e
contas bancárias foram bloqueadas. Uma pessoa foi presa em flagrante.
Os detalhes da operação foram divulgados em coletiva de imprensa, na
manhã desta sexta-feira (17), na sede da DCTD, em Fortaleza, com as
participações dos delegados da DCTD Pedro Viana e Marciliano Ribeiro; do
titular da DCCLD, delegado Ismael Araújo; do diretor do Departamento de
Polícia Judiciária Especializada (DPJE), delegado Márcio Gutierrez; do
diretor do Departamento de Recuperação de Ativos (DRA), delegado Paulo
Cid; e dos representantes do Conselho Regional de Farmácia do Ceará
(CRF-CE), o ouvidor Carlos Wangles e o conselheiro federal Egberto
Feitosa Filho.
O titular da DCTD, delegado Pedro Viana, explica como o grupo
realizava a venda de medicamentos pela internet. “O modo de agir da
organização consistia em divulgar nas redes sociais a venda de
suplementos vitamínicos e produtos de informática, a exemplo de pen
drives, a preços bem acima dos negociados pelo mercado, de forma a
chamar atenção dos clientes e dissimular o caráter ilícito dos produtos
que efetivamente desejavam vender, ou seja, os medicamentos
psicotrópicos e entorpecentes. As negociações se davam pelas redes
sociais e posteriormente os produtos eram enviados pelos Correios”,
detalha.
A Operação Fármacos mira a atuação de três irmãos de Reriutaba, que
são proprietários de duas farmácias, sendo uma na cidade de origem dos
suspeitos e outra em Pires Ferreira. Um dos irmãos foi preso em
flagrante e autuado pelo crime de tráfico de drogas, cuja prática prevê
pena de reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de multa. O levantamento
feito a partir dos dados analisados pela Polícia Civil aponta que o
grupo teria movimentado mais de R$ 260 mil com a venda dos medicamentos
entorpecentes e psicotrópicos em negociações que eram feitas para
abastecer os pedidos enviados por usuários nas redes sociais.
Ao todo, os policiais civis cumpriram seis mandados de busca e apreensão
em duas farmácias e em quatro residências alvos da investigação. Nos
endereços, foram apreendidas mais de 1.300 caixas de medicamentos, um
automóvel novo – avaliado em mais de R$ 65 mil –, R$ 83,5 mil em
dinheiro, além do bloqueio de contas bancárias que estão em nomes dos
investigados. Além disso, as equipes policiais apreenderam diversos
envelopes já preparados para postagem nos Correios, contendo
medicamentos entorpecentes e psicotrópicos, sem a devida retenção do
receituário de controle especial. Toda a operação foi acompanhada por um
fiscal do Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE).
Ainda durante os trabalhos para o cumprimento dos mandados de busca e
apreensão, os policiais civis descobriram que os medicamentos
comercializados nas farmácias eram vendidos no balcão de atendimento,
também sem a retenção de receitas médicas. Em alguns casos, os
investigadores encontraram nas prateleiras do estabelecimento remédios
de venda controlada sendo comercializados de maneira fracionada, o que é
proibido conforme resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Além disso, os funcionários guardavam as notas fiscais das
vendas fracionadas dentro das caixas de remédio para que os
proprietários tivessem o controle da saída dos comprimidos.
(SSPDS)