A Polícia Civil investiga um pet shop de Fortaleza suspeito de realizar
castrações ilegais e cirurgias veterinárias. Uma vistoria feita no
local, situado no Bairro Barroso, encontrou restos de órgãos de animais
na tarde de sábado (25). A dona do estabelecimento foi levada à
delegacia e liberada após assinar um Termo Circunstancial de Ocorrência
(TCO).
As investigações tiveram início a partir de uma denúncia de que o local
funcionava sem alvará e licença ambiental enviada para o Conselho
Regional de Medicina Veterinária do Ceará (CRMV-CE), que fez uma
vistoria inicial no lugar, informou a Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS).
Segundo a pasta, após a inspeção, o CRMV-CE solicitou apoio da
Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). Ao chegarem ao local, os
policiais constataram irregularidades e levaram a proprietária do pet
shop para o 30º Distrito Policial (Jangurussu), onde prestou depoimento.
Conforme a SSPDS, a proprietária cedia o espaço para três médicos
veterinários realizarem a castração de animais, o que é proibido para
pet shops. No local, não havia o descarte apropriado de medicamentos,
licença para atuação de medicina veterinária, nem plano de gerenciamento
de resíduos sólidos.
A Secretaria disse que a Polícia Civil investiga o caso com o objetivo
de descobrir se no estabelecimento eram manipuladas "substâncias
perigosas ou nocivas à saúde humana". O órgão afirmou ainda que a DPMA
ouvirá os médicos veterinários apontados pela dona do pet shop. Ela
deverá responder por crime ambiental.
Alerta
A DPMA, conforme a Pasta, "alerta a população para que não realize
procedimentos clínicos e cirúrgicos em seus animais em locais
inapropriados". O vice-presidente do CRMV-CE e veterinário Daniel Viana,
que esteve na inspeção do pet shop, afirma que a prática de castração
ilegal pode se enquadrar como crime de maus tratos.
"Muitas pessoas realizam mutirão de castração de forma irregular,
muitas vezes de forma clandestina, sem o conhecimento do conselho e não
há qualquer cuidado técnico ou de higiene, que podem até ser
considerados maus tratos, em que você submete os animais ao um lugar
insalubre, sujo, para realizar qualquer procedimento invasivo", pontuou o
veterinário.
(G1/CE)