Software desenvolvido por universidades auxilia no controle da disseminação da Covid-19


Criações inovadoras contribuem para o combate ao avanço do novo coronavírus em alguns espaços. O Laboratório de Processamento de Imagens, Sinais e Computação Aplicada (Lapisco-IFCE) juntamente com o Departamento de Ortopedia da UFC produziram juntos o software Intelligent Sanitary Inspection (ISI), ferramenta que utiliza imagens de câmeras para identificar se medidas de prevenção contra a doença estão sendo adotadas por funcionários de determinados estabelecimentos.

A unidade da UFC juntamente com o Lapisco-IFCE a princípio estavam desenvolvendo um software de análise biomecânica com inteligência artificial para a Secretaria de Segurança do Estado. Um robô voltado para reconhecimento facial e de máscaras passou a ser aplicado para outras funcionalidades com a chegada do novo coronavírus. Rodrigo Astolfi, médico e professor do Departamento de Ortopedia e membro do projeto (ISI), explicou como foi o novo direcionamento da pesquisa. “Quando ocorreu a pandemia sugeri que utilizássemos a tecnologia que eles já tinham para reconhecimento facial e de máscaras para criação de um software que funcionasse como fiscal sanitário nos restaurantes e estabelecimentos ligados à produção de alimentos.”

A inteligência artificial tem como objetivo detectar de forma comportamental as medidas de prevenção, monitorando as ações que os funcionários possam estar infringindo. Dentre as ações monitoradas estão o uso de máscara, higienização das mãos frequentemente, se estão tocando no rosto, tossindo ou espirrando e se estão cumprindo com o distanciamento estabelecido de um metro e meio. Além dessas ações, o software pode detectar padrões de comportamento relacionados aos sintomas da Covid-19 de forma precoce, como tosse, espirro e dinâmica do funcionário na execução do trabalho.

O processo realizado pelo software é simples, de baixo custo e fácil execução. Utiliza-se de câmeras nos espaços em que deseja o monitoramento comportamental, as imagens captadas são transmitidas para um programa no computador, em seguida são emitidos dois tipos de sinais: verde quando o comportamento está de acordo com as medidas e sinal vermelho quando condutas estão sendo violadas.

O projeto além de fiscalizar as cozinhas de restaurantes, padarias e estabelecimentos em geral, pretende expandir para o ambiente onde clientes transitam. De acordo com o professor e coordenador do Lapisco-IFCE, Pedro Pedrosa, acompanhar outros ambientes é uma possibilidade com a reabertura dos restaurantes. “A ideia é expandir para parte de fora da cozinha. Verificar se os clientes estão utilizando máscara, se estão mantendo a distância social de um metro e meio ou dois metros dependendo do alerta e se estão lavando as mãos ou (usando) o álcool colocado na entrada ou se estão lavando as mãos na pia”, explica.

Para os interessados em formar parceria com o projeto, o Lapisco-IFCE está em busca de grandes redes de restaurantes que gerem uma expansão mais rápida. A intenção é que o serviço seja de baixo custo. Os contatos são por e-mail coord@lapisco.ifce.edu.br , telefone (85) 3307 4025 e pelo Instagram @lapisco.ifce.


 (O Povo)

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