Entre fevereiro e maio deste ano, cada pessoa infectada com a Covid-19
no Brasil infectou, em média, outras três com a doença. O dado é de uma
pesquisa publicada nesta sexta-feira, 31, na revista científica "Nature
Human Behaviour", do grupo "Nature", um dos mais importantes do mundo.
O estudo traz informações sobre a doença no Brasil. De acordo com o
documento, o País teve uma taxa de transmissão mais alta se comparado a
países como Itália, França, Reino Unido e Espanha, cujas estimativas
ficaram entre 2,5 e 2,6. Isso significa dizer que, nestes países, uma
pessoa infectada contaminava, em média, entre 2 e 3 outras. Os
pesquisadores também observaram a rápida disseminação da Covid-19 pelo
Brasil, com municípios mais populosos e com melhor conexão sendo
afetados mais cedo e municípios menos populosos sendo afetados em um
estágio posterior da epidemia.
Esse índice é chamado de R0, e identifica quantas pessoas uma pessoa
infectada é capaz de contaminar com uma doença. Para que a transmissão
de uma infecção seja contida, esse número precisa ficar abaixo de 1 (ou
seja, é preciso que uma pessoa infectada não consiga contaminar nenhuma
outra).
Os pesquisadores também identificaram uma associação entre maior renda e
mais diagnósticos de Covid-19. Já entre a população com menor nível
socieconômico, houve mais casos de síndrome respiratória aguda grave
(SRAG) de causa desconhecida. A SRAG é uma das principais consequências
da infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O POVO Online