O Brasil já ultrapassou a marca de 100 mil mortes pela Covid-19. No
Ceará, já são mais de 8 mil óbitos em decorrência da doença, segundo a
Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado. Nesta quarta-feira (11), o Ceará
chegou aos 150 dias desde o início oficial da pandemia, em 15 de março,
com inúmeros sentimentos e histórias que ficarão guardadas. Em outros
momentos, o estado vivenciou emergências sanitárias, mas nenhuma vitimou
tantas pessoas e em tão pouco tempo quanto a Covid-19.
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), causada pelo vírus
HIV, vitimou, nos 10 últimos anos (2009 - 2019), um total de 3.440
pessoas. O número, apesar de expressivo, é 123% menor do que o deixado
pelo novo coronavírus em 150 dias. Até esta terça-feira (11), já foram 8.043 óbitos confirmados e 191.540 mil diagnósticos positivos da Covid-19, de acordo com o boletim do IntegraSUS da Sesa.
A articuladora do Grupo de Trabalho de IST/Aids da Sesa, Telma Martins,
aponta que a experiência adquirida em momentos de emergência em saúde
no Ceará está contribuindo no combate ao novo coronavírus. “Inclusive,
alguns medicamentos usados para o tratamento da Aids têm sido testados
contra a Covid-19, com melhora na saúde das pessoas acometidas e redução
nos óbitos. Tudo que a gente aprendeu com o tratamento do HIV e demais
viroses tem nos ajudado no combate ao novo coronavírus”, afirma.
Apesar disso, a especialista ressalta que há diferenças na gravidade
entre as doenças. Por ter transmissão respiratória, o novo coronavírus
possui um potencial mais devastador em comparação às outras viroses. “O
vírus ainda é desconhecido, mas sabe-se que é mais agressivo porque
compromete, em pouco tempo, todo o organismo, atingindo outros órgãos
vitais além dos pulmões. Por isso, pode levar ao óbito mais facilmente”,
ressalta.
(G1/CE)