Governo libera retorno de creches particulares com 30% da capacidade; especialista recomenda atenção


Quase cinco meses após a interrupção das aulas presenciais devido à pandemia, o Governo do Estado do Ceará autorizou a retomada das atividades em escolas particulares, especificamente no ensino infantil. O governador Camilo Santana e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, anunciaram durante uma live nas redes sociais que alunos de creches até o pré-escolar podem retornar aos colégios a partir da próxima terça-feira (1º). Os estabelecimentos devem se preparar para atuar com, no máximo, 30% da capacidade.

Ainda ontem (28), também foi autorizado o funcionamento de teatros, museus, bibliotecas e cinemas (com 35% da capacidade) em Fortaleza e municípios da Macrorregião de Fortaleza. Serão permitidos, também, pequenos eventos com até 100 pessoas, a partir do dia 14 de setembro, nas regiões que já tiverem cumprido a Fase 4. Já no interior do Estado, as Macrorregiões de Sobral, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe entram na primeira semana da Fase 4. A Macrorregião do Cariri, por sua vez, entra na primeira semana da Fase 3.

No que diz respeito à Educação, conforme o decreto, salas de aula com turma de 20 alunos só podem abrigar até seis crianças, por exemplo. As instituições também terão a obrigatoriedade de oferecerem o ensino a distância, portanto, caberá aos pais optar por continuar de forma remota ou presencialmente.

As aulas presenciais nas instituições de ensino públicas permanecem suspensas. De acordo com os governantes, a retomada em escolas públicas e outras séries de escolas privadas serão avaliadas nas próximas semanas.

A escolha de começar o processo de retorno às aulas somente com o Ensino Infantil na rede privada é embasada por uma série de fatores, conforme explica a presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Ada Pimentel. Segundo ela, na rede pública, há uma quantidade maior de alunos reunidos em cada turma, portanto, torna-se mais difícil administrar o distanciamento social.

“Nessa etapa de ensino, uma turma de escola pública tem 30 alunos, enquanto uma turma de particular tem 15. Assim, seria menor a dificuldade de adotar as medidas sanitárias”, avalia.

Ela também explica que, até os 7 anos de idade, os alunos são avaliados, mas não são reprovados. “O cognitivo não pode se sobrepor às experiências, às curiosidades. Faz-se avaliação do desenvolvimento motor, cognitivo e psicológico, mas não podem ser reprovados. A metodologia de trabalho da educação infantil é muito diferenciada”, detalha.

A presidente do Conselho lembra, ainda, que em meio à pandemia, muitos pais cancelaram a matrícula dos filhos em creches e pré-escolas, o que levou algumas unidades à falência. Nesse contexto, surgiram instituições clandestinas, que abriram para o serviço presencial apesar da proibição. “Muitos pais não tinham com quem deixar os filhos, e acabaram optando por essas alternativas clandestinas”, relata Ada Pimentel.


(Diário do Nordeste)

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