Polícia do Ceará recebeu uma média de 891 trotes por dia no primeiro semestre de 2020


Na última terça-feira, 28, o Núcleo de Teleatendimento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) recebeu uma chamada de uma situação emergencial grave: um policial militar estaria amarrado, dentro de um carro numa rua do bairro Vila Peri, em Fortaleza. Imediatamente, o atendente anotou os dados repassados, criou a ocorrência, que foi repassada, em tempo real, para o Núcleo de Despacho. Uma viatura que estava próxima do bairro foi deslocada para atender à ocorrência. Chegando lá, no entanto, nada foi encontrado.
A ligação foi apenas um exemplo dos 133.610 trotes atendidos pela Ciops nos seis primeiros meses de 2020. Em média, a Coordenadoria recebe 26.722 ligações sobre falsas comunicações de crime por mês, 891 por dia. O Ciops tem um canal de atendimento gratuito e, desde a criação do telefone 190, há exatos 21 anos, o número recebe ligações para chamados falsos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública alerta a população para os perigos e prejuízos causados por trotes aos serviços de urgência e emergência do Estado. Além de ser considerada uma infração penal prevista no Código Penal e na Lei das Contravenções Penais, o trote causa prejuízo econômico. A cada falsa chamada, há deslocamento de viaturas. A linha telefônica oferecida de forma gratuita para toda a população fica ocupada. Outro fator que causa prejuízo é o desvio de atenção e finalidade dos profissionais, que poderiam ser empregados em situações em que realmente haja vítimas necessitando da atuação dos órgãos de segurança, trânsito, saúde e transporte, que estão presentes dentro da Ciops.

O usuário que passa trote para os serviços de atendimento de urgência e emergência está sujeito aos crimes de comunicação falsa de crime ou contravenção, ao crime de interrupção ou perturbação de serviço telefônico ou de informação de utilidade pública ou ainda contravenção penal de falso alarme. As penas vão desde uma prisão simples, de 15 dias a seis meses, até detenção, de três anos e multa.
O POVO Online

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