População de Jati não estava preparada para um plano de evacuação por danos à barragem - Inácio Aguiar

Moradores da Cidade não tinham informações concretas sobre o que fazer em caso de emergência




A população de Jati, no Cariri cearense, viveu momentos de terror entre a tarde e a noite de sexta-feira (21). A causa do pânico foi o vazamento em um dos dutos da Transposição do Rio São francisco, ao lado da parede da barragem que leva o nome da cidade. Os moradores vivenciaram um caos por conta da imprecisão das informações sobre o que havia ocorrido de fato.


Entretanto, algo é mais preocupante: não havia conhecimento difundido em parte da população plano de evacuação para casos de emergências.

Diante do cenário de incertezas, muitos moradores acabaram deixando suas casas para se abrigar em outras cidades e locais da região. Um vai e vem de ônibus e pessoas atordoadas jamais visto por lá. Somente no início da tarde deste sábado (22), com mais clareza sobre a situação, os moradores começaram a retornar.

O deputado estadual Guilherme Landim (PDT), representante da região e ex-prefeito do município de Brejo Santo, relata que embora apenas 280 famílias estejam na área considerada de risco em caso de rompimento da barragem, as incertezas fizeram com que muita gente deixasse a Cidade, que tem cerca de 9 mil habitantes.


O que ficou evidenciado, no episódio, é que a população do município de Jati como um todo ainda carece de mais informações sobre a barragem em si e sobre situações de emergência que envolvam episódios futuros.

Na entrevista coletiva, neste sábado, técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional disseram que uma empresa contratada visitou, individualmente, as famílias do trecho que é considerado afetado por um possível dano à barragem para dar orientação sobre possíveis planos de evacuação. Por conta da pandemia, não houve trabalhos coletivos como, por exemplo, simulação para evacuação.

Segundo o ministro Rogério Marinho, após a estabilização da barragem, o Governo Federal, em parceria com a Prefeitura da Cidade, irá realizar audiências públicas para dialogar com a população sobre o que aconteceu e sobre a segurança da barragem.
 
Diário do Nordeste

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