Região do Cariri, no Ceará, registra aumento de mais de 68% nos casos de dengue em um ano


A região de saúde do Cariri, no Ceará, registrou 6.374 casos confirmados de dengue entre os dias 29 de dezembro de 2019 e 25 de julho de 2020. É um crescimento de 68,8% em relação a igual período do ano anterior, quando 3.776 registros da arbovirose foram contabilizados. As informações dados são do boletim epidemiológico mais recente sobre Arboviroses, publicado pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) na segunda-feira (10).

Em todo o Ceará foram registrados 14.193 casos de dengue no Ceará em 2020, um aumento de 65% em relação ao mesmo período no ano passado, com 8.582 confirmados. Apesar do aumento de casos, de acordo com a Sesa, o cenário é de redução nos casos notificados de dengue em todo o estado. Em março de 2020, aponta o boletim, a taxa de incidência da arbovirose permaneceu abaixo da média móvel da doença.

No Cariri estão ainda três das quatro cidades que registraram mais de 1.000 casos da doença em 2020: Crato, com 1.107 notificações, Icó, com 1.092 e Juazeiro do Norte, com 1.085 ocorrências. A outra cidade é Fortaleza, com 5.554 positivos. Contudo, na capital, circulam dois sorotipos de dengue (DENV1 E DENV2). Enquanto isso, Icó tem circulação do tipo DENV2 e Juazeiro do Norte, do DENV1. O boletim não especificou a sorologia percebida no Crato.

Luciano Pamplona, epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), acredita que a elevação de casos na região do Cariri se dá pela quadra chuvosa. “Continua chovendo neste ano, principalmente nesta região. Isso acelera a capacidade do mosquito de se reproduzir”, avalia.

Ainda segundo Luciano, pelo retorno do sorotipo DENV 2 da doença, que circulou pela última vez no estado há 10 anos, era esperado um aumento de casos em todo o Ceará. “As pessoas que nasceram nesse intervalo ainda não estavam imunes da doença. Por isso, esperávamos um crescimento nas notificações para esse ano. Contudo, o isolamento pode ter coibido a doença, já que as pessoas estavam mais em casa e poderiam cuidar mais dos pontos de foco”, conta.


(G1/CE)

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