Governo deposita R$ 8,39 milhões para compra de remédio mais caro do mundo




O governo federal depositou nesta terça-feira (22), em uma conta judicial, os R$ 8,39 milhões destinados para a compra do medicamento Zolgensma para o bebê Arthur Belo, de 1 ano e 10 meses, que sofre de Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença genética neurodegenerativa rara, progressiva, e que pode levar à morte antes dos dois anos de idade. O depósito foi feito em cumprimento à determinação da Justiça Federal do Distrito Federal.

O remédio é considerado o mais caro do mundo – custa cerca de R$ 12 milhões – e é primeira terapia gênica desenvolvida para o tratamento da doença. “Não tenho nem palavras para expressar o que estou sentindo nesse momento. Depois de um ano de luta, de desespero, de choro e de agonia o Arthur está próximo de ter a sua vida salva. Só tenho a agradecer a todos que nos ajudaram”, disse a dona de casa Alessandra Ferreira Santos, 28 anos, mãe do Arthur.


Os R$ 8,39 milhões depositados pela União serão complementados ao dinheiro arrecadado pela família de Arthur em campanha realizada nas redes sociais por meio do perfil @amearthurbelo. O próximo passo será entrar em contato com o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR), onde será feita a aplicação, pois a importação do medicamento só pode ser feita por meio de um hospital responsável.
Arthur recebeu o diagnóstico de AME em maio do ano passado aos seis meses de idade e desde então a família iniciou uma jornada em busca de tentar alcançar os U$ 2,125 milhões, o equivalente a R$ 12 milhões, valor do medicamento nos Estados Unidos.

O tempo foi passando e o valor estava ainda muito longe do necessário para a família conseguir comprar o remédio, o que os fez entrar com uma ação judicial em julho pedindo que o governo federal complementasse o valor arrecadado. Isso porque o Zolgensma é um medicamento indicado para ser aplicado em crianças com até dois anos de idade e Arthur completa os dois anos em novembro

O Zolgensma, do laboratório Novartis, foi aprovado pelos Estados Unidos em maio do ano de 2019 e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês passado. Os pacientes com AME nascem sem o gene SMN1, responsável pela produção de uma proteína que alimenta os neurônios motores, que enviam os impulsos elétricos do cérebro para os músculos. Sem essa proteína, ocorre a perda progressiva da função muscular e as consequentes atrofia e paralisação dos músculos, afetando a respiração, a deglutição, a fala e a capacidade de andar.


 
 
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